Vou passar a não fazer introduções às mensagens dos “Diálogos” aqui
incluídas: talvez só compliquem… Àquilo que vai ler, por exemplo, não sei que
titulo ponha, nem que introdução deva escrever.
5/11/96 – 1:57
– Qual é a matéria da aula, hoje, Mestre?
– Não queres escolhê-la?
– Eu? Tu não tens um plano?
– E se o Meu plano for que tu escolhas hoje
a matéria da aula?
– Não tens, para cada aula, a matéria
pré-fixada?
v Já agora, porque não perguntas se tenho já
as tuas respostas pré-fixadas?
– Eu, de facto, tenho escrito que Tu tens
para cada um de nós um plano minucioso…
– Se tudo estivesse de antemão fixado ao
pormenor, como Me surpreenderíeis? Como Me surpreenderia a flor, a ave e o sol?
Como Me surpreenderia a vida? Que seria do Amor?
– Então, Mestre, não Te sei responder.
– Acreditas que Eu tenho um plano minucioso
para cada um de vós?
– Acredito: está registado em várias destas
páginas que não há acaso.
– Acreditas que Eu fiz o Universo para que
em cada momento Me surpreenda?
– Acredito: estas páginas dizem todas que Tu
és Amor e que sem surpresa não poderia haver amor.
– Então agora como conciliamos as duas
coisas, Meu sábio?
– Não sei: a nossa lógica não dá para mais.
Segundo ela, são, de facto, duas coisas inconciliáveis: prever significa “ver
antes”; se vês as coisas acontecidas antes de acontecerem, como Te
surpreenderás quando acontecerem?
– Acreditas que o Meu Plano é a felicidade
de toda a criatura?
– Ah, isso acredito: lê-se várias vezes aqui
que toda a perturbação e toda a dor serão completamente eliminadas da Criação.
– Não crês então que Eu tenha projectado a
perturbação e a dor!?
– Não: isso seria um absurdo.
– Donde vem, então, toda a perturbação e
toda a dor?
– Das criaturas dotadas de livre arbítrio: anjos e
homens.
– Que é feito então do Meu plano minucioso,
que não incluía a perturbação e a dor?
– O Pecado dos anjos e dos homens foi uma
grande surpresa para o Teu coração.
– Foi?
– E é: cada pecado é uma surpresa para Ti.
– Surpresas não é só o Amor que as pode
fazer?
– Deveria ser assim. Por isso há-de ser
horrível, para Ti, o pecado: ele é uma punhalada na essência do amor. É como se,
ao fazer-Te alguém a surpresa de um beijo no Rosto, mal os lábios Te tocassem,
logo os dentes avançassem e te mordessem. Foi assim o beijo de Judas. Deves
sentir todo o pecado como uma horrorosa traição. Por isso o pecado é uma lança
cravada no âmago do Amor. O pecado é o único mal que existe: se ele for
arrancado, desaparecerão todas as guerras, todas as doenças, todas as dores.
– Eu te abençoo, voz querida do Meu Coração.
Pudessem os homens ouvir-te.
– Hão-de ouvir, Mestre. Hei-de repetir-lhes,
até ficar completamente rouco, que o único mal é ofenderem-Te, que a única
desgraça é o pecado.
– Olha: não queres então agora resolver
aquela irredutível contradição?
– Quero. Gostava que nos dissesses que
contradições irredutíveis só a nossa lógica as criou.
– Não há contradições irredutíveis na Minha
Lógica? Trevas e Luz, por exemplo?…
– Não. Quando for a Consumação dos Séculos,
todas as trevas, retidas no Abismo, estarão aí produzindo luz!
– Como pode uma coisa má produzir uma coisa
boa?
– Como
vou dizer isto? A coisa má, nas Tuas Mãos, vira energia negativa que, criando
uma tensão com a coisa boa, provoca uma “fome” que tende a saciar-se. No
Abismo, esta tensão produz uma nova galáxia, com sóis e planetas com campos
cheios de lírios. Lá no Alto, o Teu Pai vai olhar esta Surpresa que Tu e o Teu
Espírito Lhe acabais de fazer, e o seu Coração saltará de alegria. Estava assim
previsto. Está previsto que Deus é Amor, mesmo quando nós somos ódio.
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