Na
última ceia que tomou connosco antes de Se entregar à morte, Jesus declarou,
como se nos estivesse deixando o Seu Testamento: “Deixo-vos a Paz. Dou-vos a
Minha Paz”. Mas Ele não era um pacifista: é só observar o Seu comportamento
naqueles três anos da Sua vida em que foi notícia. Inúmeros conflitos. Alta
tensão sempre. E a morte violenta no fim. A mensagem seguinte vai à procura da
natureza da Paz que Jesus nos deixou.
O desaparecimento puro e simples do reino das Trevas é, pois, o
resultado final da Acção de Deus neste mundo. Só então a Harmonia será plena,
em todo o Universo. Esta luta é mesmo o mais claro Sinal de que o Reino de Deus
está invadindo a terra; pelo contrário, quando os discípulos de Jesus deixam de
ser incómodos e de criar o conflito, quando começam a ser apaparicados,
celebrados como heróis pelos poderes deste mundo, cuidado, Igreja de Deus: é de
novo a Mentira que está asfixiando a Verdade! É este um perigo tamanho, que
Jesus precisou de provocar o maior escândalo da Sua pregação para o esconjurar
e destruir à nascença, radicalmente, quando O quiseram aclamar rei.
Por isso Jesus proclama que o Seu Sacrifício terá que ser perpétuo, até
que de todo desapareça da terra a obra da Rebelião. A profecia da abolição do
Sacrifício Perpétuo anunciada por Daniel é sobretudo esta capitulação dos
discípulos de Jesus perante a manhosa estratégia do Inimigo que pela lisonja
lhes retirou toda a sua força. E quando acrescenta que o Sacrifício Perpétuo
será abolido no próprio Santuário, isto significa que no próprio coração da
Igreja de Jesus o próprio guardador do Seu Rebanho, que fora escolhido por
“amar mais” que os outros, se transformou no próprio Lisonjeador. (Dl 28, 27/8/04)
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