Há
nesta Profecia Princípios tão insistentemente proclamados, que parece terem-se
tornado verdadeiras obsessões. Uma delas é relativa às doutrinas, às definições
dogmáticas, a tudo o que seja imobilizar em palavras e gestos a Vida. Em
resumo, a tudo o que cheire a lei, a norma para ser ensinada e cumprida. E isto
ainda na sequência do que temos vindo a contemplar acerca da paixão louca que
Deus tem por nós e que, correspondida pelo nosso coração, de nada mais precisa
para comandar exclusivamente a nossa vida. É um pouco disto que se pode ver na
mensagem seguinte:
Definir é, de facto, limitar e reduzir, e o Mistério de Deus nunca pára
nem minga, mas sempre cresce. Porque ele é sempre vivo. Não existe nele sequer
um passado que supostamente tenha ficado completo, assente, arrumado.
Consideremos o próprio Jesus. Não é Ele um acontecimento com um passado de
vinte séculos? Não deveria Ele estar já perfeitamente definido e estratificado,
de modo a poder ser expresso em palavras exactas? Foi isto justamente o que a
Igreja tentou fazer ao longo de todos estes anos. E vede a trágica situação a
que chegou: dividida e esterilizada em proposições doutrinais, como peças de um
imenso museu!
Mas, justamente porque incarnou, eis de novo Deus vivo no nosso tempo,
imordaçável e incontrolável, na carne e na voz retintamente humana e bem
concreta dos Profetas. E não estão eles anunciando um outro Jesus que agora
tivessem inventado, diferente do antigo; é, pelo contrário, comum e insistente
em todos os Profetas actuais a declaração de que o Deus que anunciam é o mesmo
de sempre. O facto de surgir como novo é, em si mesmo, deveras significativo:
ele denuncia claramente aquilo que nunca poderíamos ter feito – a nossa grande
Traição à Vida!
Querer definir o Mistério de Deus é, pois, pretender imobilizar o
próprio Deus numa obra nossa. Por isso encheu Jesus o meu coração de uma fúria
indomável contra tudo o que na Igreja pretenda definir, sejam ritos, sejam
leis, sejam doutrinas, sejam dogmas. A única coisa necessária é conhecer a amar
Jesus apaixonadamente. (Dl
28, 14/6/04)
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