Nestes últimos tempos suscitou Deus um impressionante número de
Profetas, isto é, pessoas que vêem, ouvem, ou de qualquer forma contactam
directamente com Deus e recebem a particular missão de transmitir o que assim
testemunharam. Pode e há certamente outros que são santos, são mártires, mas
Profetas são aqueles, apenas. O seu testemunho, geralmente escrito por eles
próprios ou reduzido a escrita por algum dos seus ouvintes, surpreende pela
extensão, pelas muitas e insuspeitadas revelações que fazem e por ter sido até
hoje silenciado pelas igrejas que, por outro lado e por várias vias, têm
criado, nos respectivos membros, um eficaz bloqueio contra as suas mensagens.
Este último facto é bem típico: foi sempre assim que as instituições religiosas
trataram os Profetas, fornecendo-lhes a eles e a todos nós porventura a mais sólida
prova da sua autenticidade. Desta cegueira e surdez que rejeita os Profetas
fala o texto que se segue.
Qualquer coisa anda no ar… Todos dizem que “isto” já não pode durar
muito. Mas ninguém procura noutro lugar, para além dos habituais. E os celeiros
estão entre os armazéns da Cidade, nas mesmas ruas que todos percorrem, e as
barragens já muitos as conhecem e os que as não viram já todos ouviram falar.
Mas por uma estranha cegueira ou automatismo ninguém se dispõe a abrir celeiros
e represas, talvez justamente por tanto se falar deles. É que ninguém vê os
próprios pregadores comerem do Pão e beberem da Água que tanto apregoam: andam
todos atrás das mesmas coisas que os outros, com o mesmo frenesim. Entre todos,
são estes pregadores os de comportamento mais estranho, mais incompreensível.
Porque não comem nem bebem daquilo que apregoam ser o melhor Pão, a melhor
Água.
Por isso quando alguém entreabriu um celeiro, provou da Água das
barragens e diz ter encontrado um verdadeiro Tesouro, ninguém acredita! Será
que é necessário um espectacular abalo em toda a terra, um estrondo planetário,
um som, enfim, que pare esta correria cega e desperte finalmente os corações?
…
Não tenho hoje dúvidas de que vai ser necessário o abalo, o estrondo, o
som em toda a terra, de que falava a vigília, para acordar os corações e os
animar a abrirem as portas dos celeiros, a treparem às barragens para provarem
da Água de que tanto lhes falaram, mas que nunca conheceram. E o Pão, também só
um alvoroço nunca visto poderá levar as pessoas a desejarem prová-lo.
A estratégia de Lúcifer manifestou-se terrivelmente eficaz: não podendo
calar a Voz dos Profetas, particularmente a Voz do próprio Filho de Deus, ele
favoreceu quanto pôde a sua difusão. Tem hoje à disposição dos pregadores da
Palavra divina os seus miraculosos meios de comunicação. E de facto nunca como
hoje a Voz de Deus teve à sua disposição tão vasta oportunidade de se dar a
conhecer, de se fazer ouvir. E de facto batalhões de pregadores têm aproveitado
esta oportunidade para difundirem as palavras em que através dos tempos se veio
materializando a Voz paciente e dolorida de Deus.
O objectivo de Satanás era cansar os homens de ouvirem tantas palavras.
Até as esterilizar completamente. Até ao enjoo. E conseguiu-o. Porque aos
pregadores os tornou seus lacaios, seduzidos com o poder e a glória da
Civilização, o seu vistoso reino. Agora só um terrível abalo conseguirá
desmontar a diabólica Cilada. (Dl 28, 9/5/04)
Veja também o texto 44 (Abril 2010)
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