Jesus veio para reunificar aquilo que o nosso Pecado dividiu. E fê-lo
revelando-nos a paixão louca que Deus sente por nós. É óbvio: Ele nunca nos uniria
a partir de fora, violentando-nos; teria que ser sempre a partir do nosso
centro - o coração. Só assim a união seria sólida e
para sempre, porque desejada e nunca imposta. Seria necessário, portanto, que surgisse
uma relação directa entre Ele e nós e isto só pode acontecer num enamoramento
de apaixonados. Nenhuma pessoa, nenhuma autoridade, nenhum poder, portanto, se
poderá interpor nesta relação, como parece igualmente óbvio. Este Princípio é tão
nuclear que, mesmo no caso de se intrometerem inimigos entre estes apaixonados,
nenhuma autoridade os expulsará, até que eles próprios se afastem, no dia em que
esta paixão se revelar e eles virem que o seu lugar não é ali. Ouça-se:
Por isso é que é tão importante nunca cair na tentação de estabelecer um
corpo doutrinal na Igreja. Isto só se conseguirá se os Mistérios permanecerem
sempre Mistérios, isto é, Fontes permanentes de sedução, de modo que nunca nada
se julgue definitivamente revelado. Se a Revelação estiver assim sempre aberta
à sede de cada Alma, não serão mais possíveis as proposições doutrinais, muito
menos os dogmas. Não serão possíveis também obviamente as excomunhões.
Lembremo-nos da advertência de Jesus: nem o joio deve ser excomungado da seara,
mas é preciso esperar que ele na hora da ceifa se revele como erva intrusa e
daninha e seja naturalmente rejeitado sem que ninguém precise de o declarar
diferente e inapto para ser transformado em pão.
Portanto, mesmo deixando crescer o joio na seara, todos reconhecerão as
espigas do verdadeiro trigo, aquelas que se vão poder unir no verdadeiro Pão,
puro e saudável, de que todos se alimentarão. É a este processo que transforma
todos os grãos de todas as espigas num mesmo Pão que chamamos Amor. Podem os
pães ter formas diferentes, ter aparências variadas, ter mesmo sabores muito
diversos, conforme as múltiplas combinações das várias espécies de grãos. Mas
todas as formas e sabores serão sempre Pão vivo que reunirá e alimentará à
mesma mesa, num mesmo convívio, todas as bocas famintas.
Só Jesus é este Pão Vivo. Todos os movimentos que não conduzirem e não
se centrarem em Jesus, serão agentes do Divisor. Jesus é o único Centro! (Dl 28, 8/6/04)
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