Nós uniformizamos; a Natureza diversifica. Nós produzimos em série,
milhares de seres iguais; na Natureza não há dois seres iguais. Aqui Jesus é
implacável no desmascaramento do medonho Edifício que levantámos e a que
chamamos Civilização. As mensagens que se seguem focam mais um aspecto, para
Jesus nuclear, da nossa Libertação: é preciso deixar todos os seres serem o que
são por natureza.
Este princípio da Diversidade radica, como é óbvio, no incontornável Dom
da Liberdade. Tão importante é deixar as pessoas livres de seguirem o
imperativo do seu próprio Carisma, que por esta causa Se sujeitou o próprio
Deus ao risco de que fosse introduzido na Sua Criação o sofrimento! Nada, pois,
deverá impedir que as pessoas sigam cada uma o seu rumo. É preciso que todas as
criaturas possam voltar à natureza em que foram criadas, como Amor, isto é,
fontes permanentes de surpresa.
Será esta naturalmente a causa primeira da Grande Tribulação: deixar
cada coisa e sobretudo cada pessoa ser o que ela é por natureza é a mais mortífera das atitudes para o Sistema que nos
rege. Significa retirar ao homem todo o controle sobre a Vida, significa
pedir-lhe que abandone e deixe cair simplesmente toda a sua colossal
Construção, que justamente pretendia ser uma alternativa à Natureza. Foi por
isto que a Igreja dos primeiros séculos foi ferozmente perseguida.
Definitivamente, os cristãos não seguiam uma religião como as outras, frente ás
quais os romanos sempre haviam sido tão tolerantes e respeitadores; ao
pretenderem que tudo voltasse à Natureza, eles minavam todos os fundamentos do
Império. Tal como em breve vai de novo acontecer. Definitivamente. (Dl 27, 28/3/04)
…
É manifestamente difícil reencontrarmos a Fonte pura do nosso ser. À
medida que avançamos no caminho da nossa conversão, somos possuídos de uma
sensação demolidora: nós estamos irreconhecíveis! Já nada resta da nossa
verdadeira natureza!
Não é um exagero profético o que acabo de escrever. Consideramos de
facto muitas vezes a linguagem dos Profetas hiperbólica, isto é,
propositadamente exagerada como artifício literário destinado a impressionar,
para deste modo libertar os corações. Mas os pobres Profetas, sendo aqueles de
entre nós que mais se aproximam da Verdade, ao falarem a sua voz resulta pouco
mais do que um débil murmúrio ou um desajeitado desenho da realidade que
contemplam. É mesmo uma informe ruína aquilo que eles vêem quando o comparam
com o Sonho de Deus a nosso respeito, que eles, mesmo assim, só vislumbram. Por
isso quando falam do Amor de Deus à nossa Carne não admira que lhe chamem
louco. (ibidem, 29/3/04)
Veja também o texto 46 (Abril 2010)
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