Olá
de novo, companheiros!
Fiz-vos
em Agosto passado um convite: que nos encontrássemos pessoalmente, durante um
tempo de pausa no blog, para aquilo que me parecia óbvio: partilharmos aquilo
que vimos ao ler estes textos, porque eles falam de uma profunda Mudança, que
todos nós sentimos necessária e desejamos próxima.
Ninguém
respondeu a este convite. Não estranho: se estivesse no vosso lugar, muito provavelmente
teria feito o mesmo.
Mas
eu atrevo-me a renovar aquele convite. Porque continuo a achar que seria muito
bom conhecermo-nos, pouquinhos que fôssemos: também as árvores grandes começam
de pequeninas sementes e este tipo de sementes não têm época para serem
semeadas, nem para germinarem… Continuarei, pois, a lembrar sempre o texto 859…
No
dia 31 de Dezembro de 2003 cessou abruptamente todo o diálogo com os meus
Amigos do Céu. Não entendi, mas já me habituei a não questionar nunca a Lógica
e os Desígnios de Deus. Sabia, no entanto, que não deveria parar a escrita,
porque sempre foi esse um pedido veemente de Jesus. Fiquei aflito…Se demora
muito tempo este Silêncio, como posso manter esta escrita sem me repetir e sem
a tornar maçuda? Reli esses textos durante este tempo de pausa. Achei-os
particularmente vivos e de conteúdo surpreendente. Agora que, por indicação dos
meus Sinais, eu devo retomar o blog, é desse tempo que vou retirar os textos…
E
começo por um que fala da Espera, porque se aproxima o aniversário do
Nascimento do nosso Jesus e queremos muito que Ele volte. Sabemos, no entanto,
que quem vai aparecer aos olhos de todos não será Ele, mas o Pai-natal. Mas é
d’Ele que precisamos e Ele disse que voltava – é porque volta. Porque Ele nunca
nos enganou. É desta Fé que fala o texto.
Continua-me suspenso o diálogo com o Céu. Ao mesmo tempo os Sinais dizem-me
que assim deve ser e assim mesmo eu estou sendo Mensageiro de todo o Mistério
de Deus.
Mas já o meu coração começa a gemer e pede: Jesus, não me deixes
defraudado na minha Esperança! Parece até ter algo de sacrílego esta oração:
ela parece admitir que Jesus possa cometer uma qualquer fraude na relação
connosco. Mas é claro que se trata apenas da incapacidade da nossa linguagem:
Deus nunca criaria em nós uma expectativa que depois propositadamente deixasse
frustrada. Poderia alguém, ou mesmo eu próprio, dizer que isso já sucedeu
várias vezes comigo: está aqui mesmo nestas páginas escrito o testemunho de que
muitas coisas se não realizaram conforme a expectativa que o próprio Deus
parece ter criado em mim. Quantas vezes, por exemplo, eu esperei já o
desencadear da minha vida pública para amanhã, para o próximo mês, para o
próximo ano, e até agora, passados já quase dez anos, ela ainda não aconteceu!
E sempre a minha expectativa foi fundada em mensagens que eu creio firmemente
ter recebido do próprio Deus. Não se trataria, portanto, apenas da incapacidade
da nossa linguagem, mas de verdadeiros enganos ou frustrações provocadas por
Deus.
E no entanto eu nunca me senti enganado por Deus. E não só: vejo agora
que estas “desilusões” foram os mais eficazes instrumentos de que Deus Se
serviu para ir alargando o meu coração e lhe ir dando assim a Sua própria
Dinmensão intemporal. Agora os meus amanhãs são muito mais vastos e abrangentes
e é muito mais dilatada a minha capacidade de esperar. E agora que isto estou
considerando, não paro de ver benefícios neste comportamento de Deus para
comigo, em que vejo Amor, apenas: a paciência, a tranquilidade, a compaixão, a
visão da Variedade e o respeito pelo caminhar próprio de cada um dos meus
irmãos, a inserção nas próprias rotas cósmicas que despertam em mim a antiga
sensação de cultivador e guarda do imenso Jardim do Universo.
Deus, portanto, nunca nos engana;
os nossos esquemas mentais é que são ainda os da carne, que o nosso amoroso
Criador nunca violenta ou arranca simplesmente, para em nós implantar a Sua
Visão e a Sua Lógica. Ele caminha pelos nossos passos com uma impressionante
paciência. Parece até, neste Seu comportamento, ter para com a nossa carne um
louco carinho, como se todos os seus movimentos fossem preciosos e nada dela
quisesse perder! Se ela tem que morrer, é com muito cuidado que a conduz à
morte, rodeando de extrema ternura a decomposição das células, de modo a que
nada se perca, antes tudo se encaminhe, sem desvios, para a ressurreição. É por
isso que, à medida que nos deixamos morrer, vamos já, nessa mesma medida,
adquirindo os Atributos próprios de um Filho de Deus!
É, pois, a partir desta minha
condição de caminhante para uma Ressurreição que exige uma morte prévia, que eu
faço a Jesus aquele pedido: Não me deixes ficar defraudado na expectativa que
Tu próprio criaste em mim! Eu rezo a partir da minha incapacidade e só assim me
estou entregando à própria Capacidade de Deus.
(Dl 27, 11/1/04 – 7:34)
Veja também texto 220, Outubro 2010
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