A existência de demónios como seres
individualizados e personalizados é hoje largamente contestada, mesmo entre os
teólogos. Mas Jesus, em todos os Profetas actuais, repete, insistente e
solenemente: a grande cilada de Satanás nos tempos de hoje é fazer crer que não
existe. E, particularmente nestes Diálogos, Ele empreende um desmascaramento implacável
do “príncipe deste mundo”. Eis uma pequena amostra da sua actuação:
A imagem que encabeça este texto
(6:10) visualiza de forma bem clara o projecto da Besta dos dez chifres
descrita na Profecia de Daniel e no Apocalipse: subverter os Dez Mandamentos de
Deus. Eles são, de facto, a Luz apontando nas Trevas a linha divisória entre o
Bem e o Mal que justamente o Pecado quis apagar, para estabelecer uma outra
linha divisória entre Bem e Mal, a partir de uma vontade diametralmente oposta
à Vontade de Deus.
É justamente esta nova linha divisória que hoje se estende às claras
diante dos nossos olhos: bem é a Cidade; mal é tudo quanto atrapalhe a sua
expansão. Este é o alicerce da medonha Subversão: tudo o que concorrer para a
expansão e aperfeiçoamento da Civilização constitui o bem; tudo o mais se
deverá conformar com este máximo e único mandamento. Em seu nome, os
Mandamentos de Deus deverão ser conservados respeitáveis, mas assim mesmo, na
sua respeitabilidade, deverão ser feitos servos. Por exemplo: o Mandamento “Não
matarás!” passará a ser um mandamento da Civilização. Mas sempre que a
Civilização precise de matar, ele justificará todas as suas mortes! Vede se não
foi isto já que Lúcifer fez de todos os Mandamentos de Deus! (Dl 27, 24/1/04)
…
Estava eu sondando o meu reino interior, à procura de algum possível
contacto com o Céu. O mesmo silêncio, a mesma cortina de névoa espessa. Quis
então saber se até à Bíblia me estaria cortado o acesso e nenhuma citação me
caía no espírito. Quando já desistia, como que escapando-se ao longe, ouvi
estas palavras: “Deuteronómio catorze, dezasseis”! Molemente, mas sabendo que
tudo quanto me acontece tem um sentido, vou verificar:
M Dt 14,
16
|
diz assim:
“a coruja, o mocho, o íbis”.
Pela maneira como me foi apresentada esta citação – como por alguém que
se escapa na névoa, ao longe – e pelo resultado que tenho diante dos olhos, bem
posso concluir que se tratou de uma intervenção cínica do Diabo: aquele
versículo está no meio de uma enorme lista de animais impuros, que os judeus
não podiam comer, justamente aquilo que do Testamento Antigo Jesus mais
claramente deixou cair. Entendo, portanto, que também a Voz de Deus gravada na
Bíblia me está cortada.
E estou entendendo outra coisa ainda: esta cercadura de névoa está
povoada de demónios. E isto parece-me agora óbvio: névoa, escuridão, Trevas
são, afinal, o fruto e o lugar da habitação dos demónios. Estou, pois, cercado
de forças infernais. Mas ninguém daí conclua que estou à beira do descontrole
próprio da angústia; pelo contrário, estou sendo invadido por um ânimo mais
robusto ainda: eu sei que assim mais facilmente serão as Trevas inundadas pela
Luz que transporto, até que se desfaçam, justamente a partir de dentro. É
deveras surpreendente esta minha serenidade e este renascido entusiasmo. (Dl 27, 26/1/04)
Vivamente recomendo a leitura dos textos 26 a 32, Março 2010
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