Comecei a escrever estes “Diálogos…” em
Setembro de 1994 sem fazer a mínima ideia da sua natureza e finalidade; só
sentia muito vivamente Jesus pedindo-me que escrevesse. Progressivamente fui
entendendo várias coisas… Uma delas foi quando, perante a minha perplexidade,
Jesus me começou a chamar profeta e insistia que escrevesse com maiúscula:
Profeta, que era como eu escrevia quando me referia aos Profetas bíblicos. Ora
Profeta é, no seu significado original, aquele que ouve Deus e transmite
publicamente o que ouviu. A forma como eu ouço a Voz de Deus é singular. O
texto de hoje fala da situação em que me encontrava a partir do primeiro dia
desse ano de 2004, em que inesperadamente deixei de ouvir, mas como, misteriosamente,
continuei a registar o que Deus queria que registasse – portanto, ainda e
sempre, a Sua Voz.
Não sei o que está acontecendo. No
entanto, estranhamente, é com muita segurança que as várias mensagens me vão
sendo transmitidas: que Maria está cumprindo agora uma fase muito importante da
Sua missão, em estreita confidencialidade com Jesus, com o Espírito, sob o
Olhar do Pai; que a descida do Espírito a toda a Carne se está já processando
de forma intensa, embora ainda clandestina; que, apesar desta ausência que
sinto, há agora no meu Deserto uma Presença subtil, mas particularmente
carinhosa, de todos os meus Amigos do Céu sustentando e conduzindo a minha tão
sofrida existência; que está agora muito, muito próximo o Aceno do Pai ao
Espírito para que Ele remova a película da Aparência em todo o Orbe terrestre e
a Rainha lance à luz do dia os Seus Exércitos na tremenda Batalha que todos os
Profetas sentem e proclamam inevitável.
Entretanto eu estou esperando aqui, nesta fantasmagórica extensão
devastada, seca, coberta de ossadas ressequidas, desconjuntadas. Não sei porque
me deixaram os meus Amigos aqui sozinho. Não sei qual é o passo seguinte.
Começo a sentir que esta situação não pode durar muito. Mas sei que a vou suportar
até que o Céu queira.
…
Nunca até hoje isto me aconteceu, desde que escrevo. Este decisivo
encontro com Deus através do Espírito primeiro e depois, decididamente, através
de Jesus, que me conduziu a todos os outros Mistérios aqui registados, foi
sempre marcada pelo diálogo. É esta mesmo a marca distintiva da Profecia que
passei a escrever. Por isso ela se realça no título escolhido pelo próprio
Jesus: “Diálogos…”. E lentamente fui entendendo porque assim deveria ser: a Apostasia,
que como uma subtil peçonha se foi infiltrando no corpo da Igreja,
insensivelmente fez de Deus um Ser longínquo, surdo e mudo, assistindo
impassível aos golpes da Sorte, de que sozinhos teríamos que nos
desenvencilhar. Quando muito ouviria ao longe os nossos lamentos e algum
disperso agradecimento por uma ou outra coisa que nos “corre bem”. Mas nunca
nos respondia directamente, no próprio momento da nossa prece: Ele estava
sempre muito alto, e conversar connosco, num normal tu-cá-tu-lá, era coisa que nos
cheirava mesmo a actividade obscura, bruxaria, ou heresia.
Esta Profecia é um corte absoluto com esta visão. Por isso o que me está
acontecendo assinala um Momento decisivo.
…
Acompanha-me sempre a Profecia da minha companheira Vassula. Não sei se
alguma vez nos encontraremos, face-a-face, ainda aqui na terra. Mas na Voz que
nela fala somos já um só. Ouço nela muitas vezes a resposta exacta às
interrogações do meu coração, como se aquilo que Jesus lhe diz a ela fosse
igualmente para mim, sem tirar nem pôr. Deste modo, nela continua o Céu
dialogando comigo.
Ouça-se o que esta folha ficou marcando, no Livro desta minha
companheira: “Eu jamais deixei de designar Profetas (…). Eu marquei-os com os
mesmos sinais com que Eu próprio fui marcado, para que eles se pareçam Comigo e
para os fazer à Minha semelhança” (28/4/2000). Sabemos que a Palavra de Deus é
sempre expressamente para aquele que sedento a encontra: eu estou, pois, sendo
marcado com os Sinais do meu Senhor e feito assim semelhante a Ele!
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