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É estranho o ponto aonde vai ter a mensagem
da vigília. Dir-se-á que é feito ali um apelo a que se apresse a Catástrofe.
Mas todos os que leram desde o princípio estes Diálogos sabem qual é a meta a
que eles se dirigem: a sua visão do Fim é tudo o que há de mais contrário a uma
Catástrofe universal, em que toda a vida pereça. Por mais frequentes que sejam
os queixumes do Profeta, por mais vasto e permanente que seja o Deserto em que
vive, sempre sobre todos os cenários se realça uma imensa Vaga de Vida saída
das entranhas da Terra e alimentada pelo Céu, sempre crescendo, até desaguar,
triunfante, no Paraíso de novo, superior em Força e Beleza ao primeiro.
Mas sempre se disse aqui também que aquela
Vaga continuamente vem avisando, no seu avanço, que as Torres que erguemos não
têm consistência de alicerces, nem se conseguem renovar a si mesmas, que a Vida
tem mil vezes mais força que a Morte e que o estrondo sucessivo da nossa Obra
caindo vai um dia desembocar num redondel sem saída, numa Angústia tal que,
apesar de tanto sofrimento, ainda se não tinha experimentado em toda a
Historia. Isto está-o dizendo hoje, com voz mais veemente e aflita que nunca,
aquela Vaga. Porque ninguém ouviu os seus avisos. Agora são os nossos próprios
homens de ciência, os mais directos responsáveis pela revolta dos elementos
feridos na sua Harmonia, que não conseguem esconder, no tom alarmado das suas
declarações, a iminência da Catástrofe. Chegam mesmo a sussurrar para os mais
atentos que ela é já inevitável. Mas não seriam até necessários os cientistas:
como Jesus naquele tempo, também hoje quem está atento aos Sinais vê que o
avanço para o Calvário é já irreversível. Então o que tem que ser feito que se
faça depresssa!…
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