Preciso, de facto, de ver nos Sinais a garantia de que o Espírito me
assiste e que portanto tudo quanto fica gravado é autêntica expressão de Deus.
É que o Inimigo está atacando de novo, com o argumento de que uma
Profecia autêntica não pode ter tanta “palha”, tamanha vulgaridade, tantas
coisas sem o mínimo interesse. O Diabo torna-se até um muito sensato
conselheiro e diz-me que isto até talvez desse uma boa profecia se eu a
expurgasse de tanta palavra inútil e repetida e a reduzisse a meia dúzia de
frases que tenham alguma substância.
Repare-se na armadilha: eu teria, portanto, que separar o que é útil do
que é inútil e fazer assim uma selecção de textos. Com que critério?
Obviamente, o meu. Estaria, pois, instalada a rebelião dentro de mim. O
Espírito pusera e eu dispusera. Eu estaria assumindo-me como o juiz de Deus!
De facto, como posso eu saber o que presta e o que não presta naquilo
que escrevo? Não me foi tudo dado em clima de oração? Se só as frases
“substanciosas” devessem ser publicadas, que sentido teria terem ficado todas
as outras igualmente escritas? Só para eu próprio mais tarde recordar todos os
passos que dei? E passaria eu tantas horas da noite sem dormir, tanto tempo de
meu dia agarrado à escrita para registar os triviais passos da minha vida, eu
que nunca gostei de escrever? E que interesse teria para mim próprio a recordação
de todos esses passos, se nunca fui homem de me agarrar ao passado e os
momentos que nele realmente me interessam porque me marcaram não precisam
sequer de ficar escritos?
Não faço ideia nenhuma do que interessa aos corações dos outros. Aquilo
que para mim é um elemento trivial da vida, pode noutro ser a chave que lhe
abra todo o Mistério de Deus. E aquilo que para mim tem muita “substância” pode
a outro passar-lhe completamente ao lado sem nada lhe dizer. Se vos parecerem,
meus irmãos, não só triviais, mas ridículas muitas coisas que aqui estão
escritas, sabei que antes de vós passei eu por elas e a mim não apenas me pareceram ridículas; eu senti-as ridículas. E é esta a grande
diferença entre mim e vós: eu senti-me ridículo e vós nada sofrestes.
Foi assim levando-me a crer e a sofrer pela minha Fé que Jesus me
ensinou a deixar o Espírito agir. E já várias vezes com muita paciência e
carinho me explicou, ajudado pela nossa Mãe, que Ele precisa de incarnar hoje
de novo justamente nos vastos espaços da nossa vida donde nós O desincarnámos.
Ele e a Sua Mãe precisam e voltar aos triviais passos de uma vida anónima,
junto de nós. É para isso que escrevo este Evangelho.
São 6:13.
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