- Vês, Maria, esta sensação dentro de mim de que a
escrita vai terminar?
- Mas nunca terminará através de uma simples sensação,
pois não?
- Sempre achei que não, mas tudo o que até agora me foi
comunicado nunca o recebi de outra forma a não ser através de sensações.
- Sensações tão fortes, às vezes, que se manifestariam
à vista de quem te estivesse observando!
- Sim, os movimentos rotativos, o fenómeno do início
desta escrita, em que as pessoas veriam a caneta querendo subir para cima das
linhas já escritas…
- Como que anulando o que ia ficando escrito!…
- Sim, e mais tarde entendi que desse modo Jesus me
estava dizendo que a partir daí a escrita não seria mais minha, mas d’Ele
próprio.
- Um privilégio que nenhum outro Profeta recebeu!
- Como? Bom, pelo menos a Vassula parece tê-lo
recebido, ainda mais claro e intenso do que eu: no início pelo menos Jesus
falava-lhe escrevendo Ele próprio coisas que ela nunca teria sonhado escrever,
como se a sua mão tivesse sido inteiramente assumida por Jesus!
- Que lhe não falava doutra forma senão dessa!?
- Assim, pelo menos, eu entendi; só depois ela ouviu a
Voz de Jesus e passou a escrever sob ditado.
- Sem que a mão deixasse de estar totalmente sob o
comando de Jesus!
- É verdade! Que me estás querendo dizer, Maria?
- Eu? Nada; estou só recordando-te coisas que já
sabias.
- Vá, não sejas tão modesta, Companheira. Tu não me
recordaste só aquilo que eu já sabia; tu levaste-me a ver a minha relação
visceral com a Vassula até a esse nível: nos dois, Jesus assumiu inteiramente
até a mão que escreve, como se até a própria escrita Lhe pertencesse a Ele,
exclusivamente.
- Está bem. E porque terá Ele feito isso?
- Para significar que estas duas Profecias postulam, de
facto, a Refundação da Sua Igreja, cujo alicerce deverá agora ser inamovível
para suportar um Regresso definitivo e em Poder e Glória.
- Nenhum outro Profeta postula assim a Refundação da
Igreja?
- Que eu conheça, não: aqui nos Diálogos acho que isso
é claríssimo e em nenhum outro Jesus diz, num enorme parágrafo, aquilo que na
Vassula de Roma está escrito e de que fixei o início e o fim. Julgo não se
poder duvidar de que ali Roma é vista como a sede do governo da Igreja e
símbolo do Papado. Pois Jesus começa assim: “Tu eras o Meu Éden, Roma!…”. O
próprio Paraíso, portanto. O Seu Sonho realizado. Jesus vê ali certamente os
primeiros tempos da Igreja, o lugar onde Pedro e Paulo morreram, assassinados
como Ele próprio, e de onde irradiava a tremenda Vaga do Espírito, que
rapidamente encheu o Imperio do mesmo Sangue redentor que jorrou da Cruz. Mas
vê como termina este enorme parágrafo, sempre apontando Roma: “E assim terminará
a tua tenebrosa época!”. Vês, Maria? O tempo de Roma tornou-se tenebroso e
acabará simplesmente. Sei que está isto algures no volume sétimo da edição
portuguesa.
- É por isso que tu aqui pedes tantas vezes a esta
Igreja que se deixe morrer - à Igreja cujo símbolo é Roma!?
- Sim, seria tão bom que o fim desta Igreja fosse um
fim desejado…
- Vamos então agora voltar ao princípio. Achas mesmo
que esta escrita está prestes a terminar?
- Não sei mesmo. De quando em longe, como desta vez,
tenho essa sensação. Mas deve ser só o receio de que ela termine: para além de
tudo o que ela significa, para mim pessoalmente ela é muito importante, na
medida em que me une a Vós de uma forma única e me povoa a vida de permanentes
surpresas. Mas, como sabes, eu aceitarei tudo o que vier.
São 10:38!?
Sem comentários:
Enviar um comentário