- Quando, Maria, quando teremos os corações dos
cidadãos abertos para receberem os nossos Diálogos?
- De que eles se abrirão um dia não duvidas?
- Não. A Cidade não tem hipótese nenhuma de nos fazer
felizes: quando os cidadãos, finalmente, entenderem isto, os seus corações,
aflitos, procurarão a verdadeira Fonte que os poderá saciar.
- E os nossos Diálogos são essa Fonte?
- Na medida em que são Deus incarnado hoje, neste tempo
já inundando-se por aquela grande Desilusão, sim, estes Diálogos aparecerão
como a Fonte das imensas águas que poderão matar a sede dos corações moribundos
ou mesmo mortos neste Deserto.
- Não estás a dar a esta tua escrita a importância que
ela não tem? Está aqui a Fonte? A Fonte não se abrirá no coração de cada um?
- Estou entendendo esta enorme Mensagem do Céu como o
ponto de convergência de toda a Profecia de todos os tempos, que tem gravada a
voz de Deus falando a retinta linguagem da nossa Carne: a Sua Desilusão
inicial, o Seu Sonho desfeito, a Sua Ira e logo a Sua Misericórdia, o caminho
louco que empreendeu para nos salvar do Veneno da Serpente sempre engordando à
nossa custa até se tornar no imponente Dragão prestes a esterilizar com o fogo
da sua boca toda a Vida do nosso paradisíaco Planeta Azul…enfim, o inconcebível
Amor com que o Coração deste Deus nos ama.
- E há uma outra coisa muito importante que julgo não
teres dito ainda.
- A nossa cavalgada galopante para a Catástrofe final?
- Sim, mas isso só não bastaria…
- A Grande Desilusão?
- Sim. Diz outra vez como a entendes.
- Toda a Profecia reproduz a Voz de Deus pedindo que
parássemos esta caminhada desaustinada para o Abismo e regressássemos à Casa do
Pai, mas reproduz também o dolorido lamento de Deus pela dureza dos nossos
corações que nada ouviram. Todos nós somos Judas, que sempre teve o seu próprio
projecto de libertação, para o qual sempre tentou instrumentalizar o Mestre e
nunca tentou ouvi-Lo, muito menos seguir o Projecto d’Ele.. Por isso Jesus lhe
disse, por fim: “O que tens a fazer fá-lo depressa!”. Era o temo em que Jesus
tinha visto que a Catástrofe era inevitável. E aconteceu a Morte de Deus!
- Mas… a Desilusão! Não te afastes deste tema.
Desilusão de quem?
- De Judas. Ao ver que os chefes do seu povo lhe
mataram o Herói que ele só queria revoltado contra eles, não aguentou a sua
desilusão impotente e matou-se.
- Sim, somos Judas todos nós que nunca limpámos o nosso
coração traidor e sempre fizemos de Deus um tesouro que explorámos e colocamos
ao nosso serviço, até que, numa arrogância extrema, proclamamos agora que de
libertação entendemos nós, como julgou entender Judas. Mas não acabaremos como
Judas, pois não?
- Há naquilo que levou Judas à morte um valor: o
remorso: ele reconheceu a Inocência de Jesus e não suportou o que Lhe fizeram,
com a sua decisiva colaboração. Oxalá que este valor esteja presente agora
também, em muitos, no Dia da Grande Desilusao. Por ele, eu creio que Judas e
estes muitos se hão-de salvar.
- Mas os outros muitos não chegarão a cometer o
suicídio de Judas, pois não?
- Não, não, de modo nenhum! A maior parte de nós há-de
ter o coração purificado pela Desilusão, como o filho prodigo. E iniciaremos
resolutamente a marcha para a Casa do Pai.
- E é então aí que tu vês os corações abertos a ouvir
as mensagens destes nossos Diálogos!?
- Sim: eles chamarão a atenção para a Voz do Pai em
todas as Profecias chamando-nos e esperando-nos de Coração feliz. E é esta Voz
que eles passarão a ouvir depois em si mesmos, como Fonte inesgotável.
São 10:35!?
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