Todos são iguais perante a lei - diz a justiça deste mundo. Jesus diz que todos são diferentes perante
Deus. Como procederá então um discípulo de Jesus no meio do labirinto das leis
em que vivemos encurralados e uniformizados?
13/6/96 – 15:24
Foi outra vez o conjunto 24 que me levou à
escrita, como se me dissesse que o Mestre tem urgência neste anúncio.Qual
anúncio? E este mesmo conjunto diz-me: o anúncio do que tu mesmo estás
testemunhando em cada momento.
Acabo de ler textos anteriores destes
Escritos e por mais que uma vez me vieram as lágrimas aos olhos: aparece aqui
um Deus incrivelmente humano! Eu não O conhecia assim. Não sabia, por exemplo,
que Ele quer andar connosco nas tarefas que a Cidade nos impõe. Foi, por isso,
com grande alegria que criei um conflito com a lei da Cidade, ontem e hoje, na
escola: ontem, por ter chegado um minuto atrasado, a lei obrigava-me a assinar
um documento em como faltei duas horas, o que eu recusei por ser injusto, já
que era um castigo sem que ninguém me tivesse ouvido, e por ser mentira, já que
eu cumpri efectivamente as duas horas de serviço menos um minuto, apenas; hoje, não por irresponsabilidade porque
percorri várias vezes a escala, mas por puro lapso involuntário, não registei
que estava designado como suplente para vigiar as provas dos alunos, não
compareci, mas estive toda a manhã trabalhando a corrigir provas. Só posso
justificar esta falta com atestado médico, segundo a lei. Mas eu não o
apresentei e deixei claro que o não vou apresentar. Porque é uma mentira: eu
não estou nada doente! Mais e pior: apresentar o atestado seria subornar um
médico qualquer, levando-o a mentir também. E era como se Jesus gritasse dentro
de mim: Eu não posso fazer isso! Vais ter uma falta injustificada a um dia
inteiro! – avisam-me – e a falta injustificada é uma nódoa moral e determina a
perda de um dia inteiro de vencimento. E eu respondo: Isso é uma descarada
injustiça! De facto eu estive toda a manhã trabalhando em serviço da escola e
vou continuar agora de tarde: a lei vai cometer uma flagrante injustiça se me
não pagar este dia em que a servi!
E estou muito feliz! Se andarmos com Jesus
pela Cidade, Ele fará este milagre: ao mesmo tempo que se sujeitará à lei,
denunciá-la-á na sua injustiça e na sua mentira e assim a destruirá. E nós
deixaremos de rolar na enxurrada fazendo o que toda a gente faz. E mais: nasce
em nós uma coragem nova, muito luminosa e determinada, porque nos fará actuar
na hora oportuna. Estou muito grato ao Mestre por me ter arranjado estes dois
castigos!
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