Foi, desta vez, Jer 10, 9ss que o meu ouvido captou. E eis as palavras
deste vigoroso Profeta do tempo antigo falando para o nosso tempo.
3/6/96
– 9:39
Com este Sinal o Mestre volta a dizer-me que
o Mistério de Deus será revelado no Nono Dia como nunca. Como nunca. Se não
soubéssemos da importância da Sua Vinda em carne há dois mil anos, diríamos que
esta Sua Segunda Vinda é a verdadeira Vinda de Jesus aos corações, o Seu
Tabernáculo natural sobre a terra. De facto, a primeira vinda rapidamente foi
esquecida. Jesus costuma dizer através da Vassula que, mal virou costas, a Sua
Igreja O traiu. De facto, só nos primeiros tempos a Igreja manteve o Mestre
vivo no coração e por isso Lhe reproduzia fora os gestos e a Cruz. Por isso era
também Corpo Ressuscitado, que ressuscitava. Mas em breve a Igreja voltou aos
ídolos, como no Sinai, como depois sempre de novo, provocando a Ira do Senhor e
a Sua Misericórdia com o envio de um novo Profeta, que sempre de novo o Seu
Eleito Lhe matava. Foi assim também quando Deus lhe enviou o próprio Filho: nem
Este o Seu Eleito Lhe poupou. Mas maior que a dor de ver o Filho naquela tarde
cravado na Cruz foi a dor de ver pouquíssimo tempo depois a Cruz onde o Filho
sangrava coberta de oiro e o próprio Corpo do Seu Jesus transformado em prata
maciça e as gotas do sangue que corria fixadas em pedras preciosas vermelhas.
Até a coroa de espinhos, aquela coroa de Rei do Amor o Pai a viu forjada em
metal precioso, cada ponta de cada espinho um diamante. Até aquela Cruz, que
era a obra mais gratuita do Amor do Pai, o homem transformou em obra sua que
adorou, virando as costas ao Filho. E Jesus ali ficou de novo sozinho no
Gólgota, só um pequenino Resto de amigos Seus olhando-O, impotentes! Todos os
outros voltaram à Cidade monstruosa, cujas muralhas se levantam ali ao lado. E
aí Lhe começaram a gravar a Imagem e as Palavras em monumentos cada vez mais
sumptuosos.
E Jesus…roubaram-No ao Pai, resfriaram-Lhe a
Carne em pedra e metal, pararam-Lhe os Gestos em mármore polido,
solidificaram-Lhe as palavras em oiro e prata e tinta, muita tinta derramada em
papel seco e exibem agora assim Jesus como obra sua em praças, em ruas, em
casas, às cabeceiras de todas as camas da Cidade que com as suas mãos
levantaram!
Nenhuma igreja conservou a Misericórdia de
Deus em Carne Viva! Nenhuma igreja! Todas as igrejas traíram Jesus! Como pode o
Pai suportar tanta dor? Por isso – oráculo do Senhor através de Jeremias hoje
mesmo! – “apanha da terra o teu fardo, ó tu que habitas a Cidade sitiada!
Porque assim falou o Senhor: Desta vez atirarei para longe os habitantes desta
terra e os atribularei, para que Me encontrem!” (vs. 17-18). Este Dia da Ira do
Senhor está mesmo à porta, porque dói muito, dói insuportavelmente no Coração
de Deus por terem transformado em ídolo desta vez o próprio Filho, a própria
Cruz em que o Filho morre abandonado por Si porque julgou assim comover a
Cidade, mas a Cidade não se comoveu e o Seu Coração não aguenta mais…o Dia tem
que vir, Ele vai deixá-lo descarregar-se sobre a Cidade. “Na verdade – diz
assim o Coração de Deus chorando – os pastores foram insensatos, não buscaram o
Senhor. Por iso não prosperaram e os seus rebanhos dispersaram-se” (v. 21).
Onde estão os cordeirinhos na labiríntica Cidade? As ovelhas onde estão? São só
estas? São só estes os cordeirinhos fora da Cidade junto à Cruz? Morreram todos
os outros? Onde estão? Onde estão, Igreja do Meu Filho, que só vejo mostrengos
nesta Cidade? Enterrastes os Meus cordeirinhos, as Minhas ovelhas todas debaixo
deste mármore?
Assim grita Deus percorrendo a Cidade morta.
Ninguém Lhe responde, porque ninguém O ouve, tudo quanto se move são cadáveres
ambulantes. Por isso Deus dali Se afasta e a Sua Dor virou Ira e a sua Ira é o
fruto final da Sua Misericórdia: “Eis que já se ouve um grande rumor, o eco de
um imenso tumulto que vem da terra do norte para reduzir as cidades de Judá a
deserto, a covil de chacais” (v. 22).
Sim, o Dia da Ira do Senhor está prestes a
desabar sobre nós. E já não consegue o meu coração pedir-Lhe que suspenda o Seu
Dia. Por isso rezo com o profeta Jeremias: “Castiga-nos, Senhor, mas com
equidade e não em furor, para que não sejamos reduzidos a nada”. É que a Igreja
de Deus é feita de carne decaída como a carne de todas as nações. Também elas,
“as nações que Te desconhecem”, “os povos que não invocam o Teu Nome”, também
eles precisam de conhecer a Tua Dor, porque “devoraram Jacob, consumiram-no,
devastaram os seus campos”, aproveitaram-se alarvemente das Tuas Riquezas! (cfr
vs. 24-25).
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