Sim, é mesmo isso: estou muito feliz. Até hoje, passados já dezoito
anos! Encontrarmo-nos com Jesus é mesmo Tudo, na nossa vida. É muito diferente
do que ser o Herói que ele já era antes…
17/6/95 – 5:20
– 5:54
– Jesus, meu admirável Mestre, estou muito
feliz por Te ter encontrado. Perder-Te seria para mim uma infelicidade
insuportável. Não tenho mesmo mais nada que me preencha os desejos ou a
vontade, a não ser alguns devaneios ou prazeres que me incomodam precisamente
porque me afastam de Ti. E tenho depois as tarefas que a Cidade me impõe em
troca do meu pão quotidiano, como se fosse ela que me dá o meu sustento. Bem
hajas, meu querido Senhor, pela Tua Bondade, pela Tua Simpatia, pela Tua
Ternura. Só me faz pena não ser ainda um braseiro vivo ardendo de amor por Ti,
pelo admirável Paizinho que do Céu nos olha, pelo Espírito que nos corre nas
veias e sustém todo o Universo, por mim, a quem entre todas as criaturas primeiro
me compete amar, por todos os meus irmãos homens, todos-todos, que me fariam
desfalecer de pena se os visse com os Teus olhos e finalmente por todas as
outras criaturas, desde o leão da selva até à estrela longínqua, passando pela
alta árvore, pela toupeira, pela flor e pela água, nossa irmã, tão pura, tão
humilde, tão preciosa, tão casta e tão forte quando se levanta em fúria nos
mares ou quando cai em tempestade sobre a terra! Amar tudo como Tu amas! – como
deve ser bom! Como deve ser novo no nosso coração amar de verdade até aqueles
que nos odeiam! Até a Tua raiva é Amor! Como seria exaltante viver, participar
na Tua Raiva como Amor! Nada mais és senão Amor. Quando és Mão acariciando ou
Voz curando ou Tempestade purificando ou Imensidão seduzindo… não há nada que
Tu tenhas ou faças que não seja Amor! Olha, Jesus, Tu sabes do tempo que eu
demorei hesitando, mas sinto que o devo deixar aqui escrito: até o atroz
sofrimento em que vivemos mergulhados se deve ao Teu Louco Amor! Deixa-Te estar
aqui pertinho de mim, dentro de mim, para que eu possa explicar bem aquilo que
digo: quando lá no Princípio aproximaste do barro as Mãos para moldar o Homem e
antes de lhe enfiar pelas narinas o Sopro da Vida, o Teu Coração de Deus tremeu
como nunca de emoção e disseste as mais loucas Palavras da História do
Universo: Sê Livre! E deste nessa altura ao barro que tinhas nas Mãos o poder
de amar! A partir desse momento estava criada a possibilidade de sofrermos.
Sofremos, porque fomos criados com o poder de amar. O Sofrimento que nos esmaga
está testemunhando continuamente a Loucura do Teu Amor! Mas Tu és imenso em
tudo: quando Te fugimos e assim virou Dor a nossa vida, imediatamente vieste
ter connosco, a esta Dor que livres escolhemos. E não estiveste com meias medidas:
alevantaste na Cruz a Loucura da Tua Dor para que não houvesse sítio nenhum em
nós que Tu não tivesses percorrido, encharcado com as Palavras da Nova Criação:
Eu amo-te; sê livre!
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