Quando começar a ser publicada a edição integral destes “Diálogos…”, o
leitor vai verificar que logo no início e durante um tempo longo, Jesus, para
que eu O ouvisse, me conduzia muitas vezes à Bíblia, que eu havia anos que
pusera de lado, para me dedicar sem parança a fazer coisas supostamente pelo
Reino de Deus. Mas às vezes os textos que Jesus me indicava não me parecia
virem nada a propósito, ou eram mesmo intragáveis. Veja-se aqui um exemplo.
5/6/95 – 14:51!
Estava divagando. Inesperadamente lembrei-me
de que não tinha ainda aberto o Livro, hoje. Então ouvi: … Esqueci-me do
capítulo… e também os versículos já me estão baralhados no espírito. Sei que
havia uma hesitação entre o 16 e o 18 para versículo de conclusão do texto… Que
faço? Vou tentar ouvir de novo… Deuteronómio catorze, dezasseis-dezanove. Sem
elementos perturbadores, surgiu assim agora no meu espírito. Eis, pois:
Deut.
14, 16-19
Como é levezinha, frágil a minha Fé! Mas
deve ser resistente! Deve conseguir furar por entre as trevas para assim ouvir
a imperceptível Voz de Deus! Escrevi aquela citação sem qualquer tremor e isto
é um milagre aos meus próprios olhos! Estranho: não sinto presunção; escrevo
com tanta segurança aqueles algarismos como se Jesus em carne estivesse aqui
falando, ao meu lado, a uns centímetros de distância! Só agora vou verificar e
ler (…).
Vale a pena transcrever tudo:
“A coruja,
o mocho, o íbis, o pelicano, o corvo marinho, a cegonha, toda a variedade de
garças, o faisão e o morcego. Considerareis impuro qualquer insecto alado: não
o comereis”.
É isto que dizem os versículos 16-19 do cap.
14 do Deuteronómio!!
E agora? O Demónio quer ver-me prostrado,
mas eu estou em pé. Tranquilo: eu sei que Jesus me está transmitindo uma
mensagem importante. Não sei ainda é qual ela seja. Nem vejo hipótese nenhuma
de a descobrir por mim mesmo, o que equivale a dizer que nada do que eu
escrever a seguir poderá decorrer de qualquer elaboração mental da minha parte.
De facto eu estou árido de espírito, dói-me e pesa-me a cabeça, da sinusite, a
única coisa que me apetece é ir deitar-me. Mas acabo de fazer o propósito – e
mesmo este propósito é um Dom do meu Senhor – de aqui ficar a escrever até que
o Senhor me diga o que me quer com aquele texto.
– Jesus, ajuda-me: aquilo faz parte das
coisas que Tu deixaste cair, do Velho Testamento; declaraste, no Novo, que nada
do que Deus criou é impuro. Que me queres dizer então, a mim especificamente,
hoje?
– Que não há na Minha Criação nada de impuro.
– Pronto, Jesus, eu sei, eu já sabia.
Continua, Mestre.
– Que fizestes à Minha Criação?
– Conspurcámo-la.
– A Minha Criação está toda impura, por
vossa causa!
– Também isso eu sei, Jesus. E agora, que
queres que façamos?
– Que limpeis a Minha Criação!
– Está bem, Jesus. Diz ao Pai que, se eu
pudesse, passava a minha vida como vassoura varrendo o lixo da Tua Criação!
– Precisava de muitas vassouras.
– Não, Jesus! Eu sei que, nas Tuas Mãos, uma
só chegava. Aqui estou. Faz-me vassoura e começa a limpar!
– Deixas-Me começar pelo Meu Templo?
– Já Te disse várias vezes que escusas de me
pedir o que quer que seja: pega em mim e usa-me! Será que não me ouviste ainda?
Já To pedi centenas de vezes! Eu não me importo que me violentes! Ou será que é
bom que eu Te continue pedindo, sempre pedindo, mesmo sabendo que até já me
atendeste, como está acontecendo noutros casos?
– Pedir é amar. Precisamos de limpar a
Criação, para que o Amor possa germinar de novo, e crescer.
– Jesus, começa por mim. Que nada abafe o
Teu Amor que está para nascer em mim! … Fala, Jesus! Que mais me queres dizer?
– Que Me ames, para que a Minha Criação
fique pura!
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