O
Deserto é importantíssimo na História do Povo de Deus. Também eu, pouco depois
do exaltante encontro com Jesus, fui por Ele conduzido ao Deserto. Julguei que
duraria, literalmente, quarenta dias. Mas não: a Aridez, o Silêncio, a Obra
humana erguendo-se e esboroando-se como barro, intensificaram-se. Depois julguei
que, mais um pouco, e estaríamos no Vale Verdejante. Foi então que Jesus me
disse isto que muito me surpreendeu e alegrou: Não vamos sair do Deserto; vamos
semeá-lo todo para que, quando a Hora chegar e a Chuva vier, aqui mesmo nasça o
Novo Paraíso.
11/6/95 – 3:46
– Bendito sejas, Jesus, pelo Deserto: é
doloroso, mas limpa, cura e alarga o coração. E conhece-se o Teu. No silêncio
das areias e dos montes despidos, agigantas-Te Tu como puro encanto. É como se
estivéssemos numa cama de hospital e Tu estivesses permanentemente à nossa
cabeceira atento ao nosso mais débil queixume, ao nosso mais insignificante
desejo. Sente-se o Deserto como um tempo de necessária cura em que Tu nos
enches de mimos para não sentirmos tanto as dores: é que se trata de um
tratamento de choque, necessário certamente, por causa da profundidade e
vastidão da nossa ruína interior. Por isso eu Te bendigo, meu querido Senhor.
Tudo tens feito com perfeição. Perdoa se resmungo, se não obedeço prontamente,
com medo de novas dores, quando precisas de me dar qualquer volta, fazer
qualquer operação mais dolorosa. Eu sei que Tu entendes e por isso Te bendigo e
Te peço que nunca deixes de me dar as voltas que forem necessárias, de fazer
todas as operações que tens a fazer, mesmo que eu resmungue, proteste, grite ou
diga Larga-me! Não me largues. Não estejas com grandes considerações comigo:
faz é a Tua Obra sem perderes um minuto!
Quanto mais depressa a acabares, mais cedo Te darei o abraço que tanto desejo
dar-Te, na plenitude da minha Felicidade de Homem Reconstruído pelas Tuas Mãos!
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