O realismo diz que nenhum Carisma se aguenta
se não for institucionalizado. Mas nestes Diálogos é esta porventura a maior obsessão
de Jesus: nunca deixar a Sua Igreja institucionalizar-se. E declara que o que
até hoje não foi possível, vai sê-lo agora que Ele vai regressar em Poder e
Glória.
27/3/95–
18:57
Não consigo libertar-me
da Voz que me dizia, esta madrugada: as relações de domínio, na Minha Igreja,
são para abolir. Permiti-as por causa da dureza dos vossos corações; mas no
princípio não era assim. Há só um Rei e vós sois todos vassalos! Há um só Pai e
vós sois todos irmãos!
E uma ânsia perpassa
o meu coração: ah, se eu pudesse servir Jesus como instrumento que Lhe
conseguisse restituir a Igreja ao seu estado original! Diz-me o senso comum e o
conhecimento da alma humana que a Igreja não se aguentaria muito tempo vivendo
toda e só assente no Carisma; é inevitável a institucionalização e com ela as
relações de dependência e de domínio de uns homens em relação a outros. Mas
diz-me também a minha Fé que a Deus nada é impossível e, como Jesus, é o
Carisma que eu devo anunciar e reproduzir na minha actuação concreta, sem me
importar do que no futuro poderá acontecer à Igreja. Eu, como qualquer cristão,
tenho que executar o Evangelho na sua pureza original, como Jesus pregou, como
Jesus quis, como Jesus fez. E nunca considerações de ordem filosófica,
sociológica ou de qualquer outra extraída da reflexão ou experiência humana do
passado, poderão servir de pretexto para deixar de viver a radicalidade do
Evangelho, em nome do realismo!
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