É espantoso como todos os sonhos que tenho, ao acordar se me varrem da memória, deixando lá apenas um ou outro elemento desencaixado do enredo. Dir-se-ia que Jesus faz de propósito para reter apenas os elementos que julga necessários à transmissão da Sua Mensagem. É o caso do sonho de há pouco: há uma subida, no cimo da qual há uma substituição que surpreende toda a gente; eu sou protagonista dessa substituição. Sei ainda que o contexto é de Igreja, de caminhada e de muita gente.
Mais dois factos eu estou associando a este: todas as vezes que medito os Mistérios Gozosos do Terço, como foi o caso de ontem, aproximo, no primeiro Mistério, a Anunciação, ao que está para acontecer no nosso tempo e peço a Fé no impossível; o outro facto são os algarismos acima registados, em especial o 2-4 que me falam de testemunho e anúncio ao mesmo tempo.
Tudo somado, dá isto: vem aí uma Novidade tão grande, tão radical é a Revolução que Jesus quer na Sua Igreja, que a podemos comparar aos acontecimentos que rodearam o nascimento de Jesus e da primitiva Igreja. Desta Novidade eu serei testemunha e anunciador. Está sendo tão insistente em mim a revelação de que se trata mesmo de uma completa reviravolta, que vivo numa constante sensação de exaltação e esmagamento ao mesmo tempo. Como se fosse tudo belo demais para ser possível. O pior – ou o melhor! – é que eu me vejo envolvido neste estonteante processo dos pés à cabeça. Por isso sempre peço à Senhora que me consiga do Seu Filho a Fé no impossível, uma Fé como a d’Ela. E que me arranje uma prima com quem eu possa confidenciar as espantosas coisas que me estão sendo reveladas pelo Senhor. Está-me sendo, de facto, penosa esta absoluta solidão em que vou caminhando e anotando tudo. Tenho Jesus, é claro, e em boa verdade Ele me basta. Mas acho que Ele compreende o pedido que repetidamente faço a Sua Mãe…
– Compreendes, não compreendes, Jesus? Vês como tremo de ternura por Ti ao pronunciar o Teu Nome? E como tremo ao pensar que poderei um dia esquecer-Te, ou negar-Te? Estás tão calado nos últimos tempos, Jesus! Compara com os diálogos iniciais, onde nada mais registo, há tanto tempo já! Eu sei que Tu me estás guiando e portanto assim tem que ser. O que eu não queria de modo nenhum era retardar o trabalho que vens fazendo em mim, negando-me a fazer alguma coisa que me peças. Olha: levas-me a mal se eu Te pedir que aceleres um pouco? Eu sei que Tu podes fazer isso com um olhar! Sobretudo queria sentir-Te presente também fora deste silêncio, nas minhas actividades do dia-a-dia: às vezes parece-me ter esquecido que Tu existes e sinto-me tão mal… Dá-me então agora o Teu Pão e a Tua Água, e dá-me mais fome e mais sede de Ti, do Pai, do encantador Espírito que fizeste descer ao meu coração. Eu há pouco ouvi Ezequiel. É Ezequiel?
– Pode ser.
– Ah! Falaste!
– Eu sempre falo.
– Pois, mas assim em palavras das nossas tens falado pouco.
– E para que precisas de palavras das vossas?
– Ah, a linguagem sem palavras, a linguagem coração com coração! Não é esta que te peço quando digo que não Te amo ainda como Tu mereces?… Diz-me então onde queres que leia, no Teu profeta. Vês, Jesus? Percebi “Quatro”, mas depois…
– Escuta mais atentamente.
– Quatro, cinco-treze?
– Pode ser.
– Jesus! Pode ser? Porque falas assim hoje? Não é indiferença, desinteresse, pois não?
– E isso existe em Mim? Porque Me ofendes?
– Desculpa, Mestre. Podias estar magoado comigo por qualquer motivo…
– Quando estou magoado não respondo com indiferença: respondo com ternura ou com Fogo!
– Queres então dizer…
– Que o Meu Pão é sempre o Amor.
– Bem hajas, Jesus. Vou destacar:
Ez. 4, 5-13 |
O profeta terá que assumir sobre si próprio os pecados do povo!
São 5:36.
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