Estou, de facto, em Lisboa, de visita normal à minha filha, mas aproveitei para contactar o meu antigo professor de Sagrada Escritura, que disse ter todo o gosto em receber-me e é esta perspectiva que agora se realça como tensão dominante.
Não é possível a vida sem tensões; o contrário seria a morte. Mas nem aqui a tensão desaparece, pois entra em acção uma nova força – a força da desagregação, que dirige os elementos desagregados para novas rotas, para outras tensões. São tensões gigantescas que provocam os terramotos, os vulcões, as tempestades. Mais gigantescas ainda as tensões invisíveis que mantêm os corpos celestes nas suas rotas. Tudo no Universo vive sob tensão. Não só não é mau, portanto, vivermos sob tensão, como, de facto, sem tensões nem sequer seria possível a vida. Assim o Céu, que já não consigo ver longe de nós, num plano superior à existência material, mas sempre feito Um só com a Natureza universal, se tornou para mim sinonimo de Paraíso. Possuído de todas as tensões que nos fazem felizes até à dor subtil que exige a queda para o fundo, à procura de um novo prazer. Dor pura só o Pecado a produziu; se o nosso coração for puro, não há desilusão que rasgue a Harmonia…
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