– 12:26
O 6 diz-me que o Demónio está presente e não quer de forma nenhuma que eu escreva isto que vou escrever:
Logo durante a vigília o Mestre me fez saber que me não queria indicar nenhuma leitura. Depois fez-me acordar tarde demais para eu chegar a tempo a uma celebração com toxicodependentes em que tinha intenção de participar e deu-me com isto uma primeira indicação de que não escolheu para mim o trabalho entre os leprosos do nosso tempo, que eu até não me importava de assumir, como S. Francisco nos primeiros tempos. A seguir, já na confeitaria, levou-me à convicção de que as minhas leituras de hoje seriam as da Missa. No Mosteiro, porque estava ausente em Setúbal grande parte da paróquia, fui eu que fiz as duas primeiras leituras e logo me deram nas vistas, na primeira, os célebres “carvalhos de Mambré” e na segunda a ideia contida nestas palavras: “… Igreja, da qual fui constituído ministro (…), ministério este que foi escondido aos séculos…”. O Evangelho é o conhecido episódio de Marta e Maria, em que vi uma íntima relação com a mensagem da fidelidade e exclusividade do Amor de Deus que antes havia registado. Destaco, pois, também com cercadura, porque, no fundo, estas leituras me foram indicadas através do ouvido:
Gen. 18, 1-10a
Col. 1, 24-28
Lc. 10, 38-42
A seguir à Missa vim, como é costume, aqui para a bouça. Uma vez aqui, veio-me à memória o inesquecível episódio dos movimentos rotativos, dos quais agora destacava a paragem junto àquela grande árvore que – reparo só agora! – é um robusto eucalipto que na base, pelas rugas, quase me parece um carvalho. Abri então a Bíblia, na primeira leitura: alguém, incompreensivelmente, lá havia escrito um bem marcado sinal (uma cruz) ao fim de cada uma das seguintes frases: “O Senhor apareceu a Abraão junto dos carvalhos de Mambré, quando estava sentado à porta da sua tenda, durante as horas quentes do dia” (v.1). Mais abaixo, esta: “E ficou de pé junto dos estranhos, debaixo da árvore, enquanto comiam” (v.8). Um impulso fez-me aproximar do grande eucalipto, que eu acariciei, perguntando ao Senhor se me queria transmitir alguma mensagem especial. Acto-contínuo, no meu espírito apareceu isto: a tua actual esterilidade não é para sempre; “dentro de um ano” (cfr. v. 10a – final da Leitura!) a tua esterilidade estará acabada e serás pai de um grande povo.
Eu dizia comigo: Mas isto é inacreditável! E apressei-me a registar o facto.
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