– Estamos aqui os três nestes Sinais, Maria! Achas mesmo que estamos cumprindo uma missão juntos? Nós os três, assim, sem nenhuma distinção?
– Isso não é possível! Sabes que não há dois seres iguais, que a Distinção é uma marca da Existência, que, tratando-se então de seres dotados do Livre Arbítrio, para além da Distinção há neles a marca da Independência.
– Mas eu não posso estar ao mesmo nível ou, talvez melhor, na mesma fase que Vós.
– Jesus e Eu estamos na mesma fase?
– Talvez que, assim como na há níveis neste Mundo em que somos todos Um só, também não haja fases, mas simplesmente todos estão sendo acontecimento puro.
– Mas há uma evolução, não? Há um processo, em ondas, em ciclos, conforme tens escrito. Não se pode chamar a cada ciclo uma fase?
– Julgo que agora é com as palavras que me estás levando ao conteúdo… Claro que posso chamar fase, ciclo, segmento, como lhe posso chamar simplesmente Novidade. O que importa é aquilo que julgo estares querendo transmitir-me: que as fases, ou como se lhes queira chamar, não conferem um estatuto de maior ou menor importância a nada nem a ninguém. Tudo é acontecimento, simplesmente. Tudo é Surpresa.
– Ah, se deixássemos as coisas serem Surpresa, Surpresa apenas! – não era assim que ias dizer?
– Vi que estavas sentindo assim.
– E Eu vi que estavas sentindo como Eu. Vamos ver como sente Jesus?
– E como sabemos?
– Fazemos silêncio. Não é assim que nos ouvimos falar, nós os três?
– Os três e…e, aliás, todos os seres: fazendo silêncio, ouvimo-los a todos.
– Então vá. Que diz Jesus?
– Ele abraça-nos aos dois e está muito feliz com o acontecimento que neste momento ocorre entre nós.
– E qual é?
– O desejo de que na Existência tudo passe simplesmente a surpreender.
– Isso não é muito vago?
– Vago é tudo aquilo que hoje temos asfixiando a Criação que, mal se levanta, logo começa a desfazeer-se.
– Deixa-te então ser feliz, sem te importares com importâncias…
São 10:46!!?
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