– 16:00:46
Chove, e por isso estou debaixo da ponte. Está frio e apetecia-me ir embora. É sábado e até podia dormir um pouco… Mas hoje ao fim da manhã o Mestre mais uma vez repetiu: Atenção aos Sinais! E estes não me deixam passar adiante sem que neles repare: de novo Luz e Trevas em luta; de novo o Espírito, intenso, fazendo destes Escritos uma arma Sua frente à Besta.
– E agora, Jesus? Que passo devo dar?
– Escreve o que sentes.
– Dificuldade em sentir.
– Continua dizendo o que sentes.
– Dificuldade em captar o que sinto. Cabeça algo dorida do esforço que estou fazendo.
– Vês algum sentido no que estás a fazer?
– Vejo. Vejo pleno sentido.
– Qual?
– É uma fortíssima sensação de urgência.
– Fortíssima?
– Pois… Queres dizer que me estou contradizendo?
– Parece.
– Não estou, não.
– Então tenta explicar.
– Está-me o coração árido, mas por isso mesmo é fortíssima a sensação de que é urgente caminhar, avançar, sair daqui.
– Continua registando o que sentes.
– Que sair daqui é, para mim e neste momento, escrever. Saio daqui escrevendo.
– Escreve, escreve o que Me sentes querer dizer-te.
– Queres falar-me dos outros. Queres dizer-me que esta escrita aqui debaixo da ponte não tem sentido se for só para me manter vivo a mim, se for só para eu ler: a urgência não é relativa a mim só.
– Continua tentando precisar melhor a Minha Voz.
– É preciso fazer uma ressalva: mesmo para mim apenas, teria sentido todo este trabalho de fixação da Tua Voz; a conversão de uma só alma vale todo o esforço.
– Vá, não deixes de registar o que sentes vir do Meu Coração.
– Sinto que paraste. Que apenas queres agora que dê testemunho de como o Diabo me está dificultando o contacto com o Teu Coração e o registo do que está acontecendo.
– Diz como sabes que se trata do Diabo.
– Não pode ser mais ninguém: todo o meu desejo é entrar no Teu Coração. Não sendo ele, só poderias ser Tu!
– Dificultar-te, Eu, a entrada no Meu Coração?
– Sim, por sábia pedagogia Tua.
– Dificultar a caminhada, Eu, vosso Deus?
– Ah, não, por certo, Mestre. Isso não poderia ser. Tu em mim só tens facilitado a caminhada. Tu não tens culpa é de só termos andado a fabricar desertos às ordens de Satanás!
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