– 19:42:38
– Mãezinha, passei hoje todo o dia envolvido em actividades que me não deixaram escrever, umas obrigatórias, outras que aceitei assumir, porque espero com elas aproximar os jovens do Céu. Mas mal me lembrei de Ti ou do Teu Jesus e estou muito cansado. Escrevo a esta hora só mesmo para estar Contigo, porque Te apontaram os fugidios algarismos dos segundos no meu relógio. Não tens nada para me dizer, Mãe?
– Tenho: que gosto muito de ti.
– Diz-me: porque escrevi eu esta Tua fala?
– Porque sentiste assim, não?
– Senti. Senti que Tu gostas mesmo muito de mim.
– Foi isso que puseste na Minha boca?
– Foi.
– Então qual é o teu problema?
– Queria ouvir-Te.
– Ouvir-Me pronunciar mesmo aquelas palavras?
– Sim.
– E valeriam mais as palavras do que aquilo que sentiste?
– Ah! Eu poderia ouvir-Te pronunciar aquelas palavras sem Te sentir?
– Lembra a Vassula: não desconfiava ela, no início, das próprias palavras que, de facto, ouvia?
– Só passou a confiar nelas quando sentiu a Presença do Céu no coração?
– Sim. O teu processo de audição é ao contrário: tu começaste a ouvir sentindo.
– Porquê, Mãe? Podes dizer-me?
– Regista o que agora mesmo pensaste.
– Que Jesus aproveitou a obrigação que tenho de me saber exprimir por palavras, porque é esta a minha especialidade na ordem da Cidade.
– Jesus está querendo que te sirvas de todos os talentos que te deu e que até agora puseste a maior parte do teu tempo ao serviço da Cidade.
– Mas, Mãezinha, eu posso, nas palavras, não conseguir exprimir bem o que sinto, além de que o meu sentir, muitas vezes, é débil, sem fogo, rodeado de gelo.
– As palavras humanas, até as da Escritura, são só débeis Sinais revelando e conduzindo à Palavra: o que sentes é que é, em verdade, a Palavra viva. O que todos os Profetas sentiram e viram com o coração é que é a Palavra de Deus. Até o que o Meu Jesus disse e fez foi só Sinal da Palavra que Lhe morava, viva, no Coração. Por isso O não viram até os Seus mais próximos. Ele era a própria Palavra e as Suas palavras permaneceram só débeis Sinais que poucos entenderam e na hora da Sua morte quase todos desprezaram. Só quando, depois da Ressurreição, passaram a sentir o Mestre no coração, é que irrompeu a própria Palavra, eficaz. Foi Ela que fundou a Igreja. Jesus é a Palavra que, descendo ao teu coração, faz das palavras que escreves frágeis Sinais Seus. Para nada servirá tudo quanto aqui registas, se não for lido por corações onde já more a Palavra.
– Mãezinha! Que grande exposição!
– Não disseste que estavas cansado?
– Mas fui eu que me cansei a escrevê-la!…
– Eu te abençoo, filhinho.
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