19/1/96 – 2:40
Mas já eram 3:00 quando me levantei. Em qualquer dos casos se evidencia o Espírito, que pareço ter esquecido ultimamente… E é como se Jesus me estivesse pedindo que sempre escute, nas vibrações todas do meu ser, o Consolador. Até o Espírito, de facto, é uma Pessoa, autónoma e com atributos próprios, com Quem é possível um relacionamento afectivo, um autêntico encontro no coração. Foi, com efeito, a primeira Pessoa da Trindade a conquistar-me o coração naquele Agosto sobre as montanhas do Rossão, naquele Setembro aqui pelas ruas e em casa, metendo-Se comigo nas minhas tarefas domésticas, quase Voz nítida falando dentro de mim. Eu andava encantado e leve, como nos primeiros tempos de uma paixão, a ponto de dizer a Jesus, com infantil à-vontade, que gostava mais do Espírito Santo do que d’Ele. Jesus deve ter-Se rido e deve ter ficado muito feliz em que tivesse sido assim. Na verdade, nada nos está mais próximo do que o Espírito Santo. Ele é o Sopro do Pai, que a partir de dentro anima todo o nosso barro. Ele é todo o nosso “Poder Interior”, como Jesus Lhe chama e Jesus é que sabe. Vejo-O hoje, naqueles algarismos iniciais, como a Seiva destes Escritos e deste corpo que d’Ele dá testemunho. E vejo-O como avassaladora Presença da Trindade aqui, dentro de mim, nas próprias entranhas da terra. Mas o que vejo nos algarismos não me fica já nos olhos: passa-me misteriosamente, de forma rápida e intensa, para o coração. É como se, com o olhar, neles me pousasse o coração conforme em cada momento se encontra: desperto ou adormecido, em fogo que se expande ou contraído pela cercadura de gelo que o Diabo lhe tem armada à volta, como neste momento, por exemplo. Mas é sempre o coração que lê e isto é obra do próprio Espírito, que não descansa porque Ele é Ritmo, é o próprio palpitar da Vida.
– Jesus, porque O não sinto agora, o Teu Espírito, esta doce Música, este vigoroso Tumulto que me percorre as veias?
– Não sentes? Qual foi a música e o vigor que te permitiu neste momento escrever o que escreveste?
– Ah, sim, foi o Teu Espírito.
– O Meu Espírito é subtil. Se Lho pedirdes, Ele até no mais duro bloco de gelo Se infiltra.
– Mas Ele não é Vida, não é Fogo?
– É. E é também Explosão. Quando menos esperardes, se persistirdes na oração, todo o gelo virará água corrente regando até à raiz a vossa aridez. Se mantiverdes a Esperança, de repente todas as cercaduras montadas por Satanás irão pelos ares e cairão sobre a terra em forma de orvalho primaveril, dando frescura às flores desabrochadas! Ah, o Meu Espírito tudo transforma! Dai-Lhe a vossa aridez e Ele fará dela uma sinfonia! Dai-Lhe a vossa deficiência e Ele fará dela um ritmo de dança! Dai-Lhe a vossa dor toda e Ele fará dela o mais lindo cântico que jamais ouvistes! Dai-Lhe tudo, que Ele nada rejeita. Dai-Lhe o vosso mais hediondo e mais escondido pecado: haveis de o ver virar Luz e Paz!
– Mestre, diz também que Ele tudo ordena, que não há ordem nenhuma para além da que Ele constrói. Diz Tu, que os nossos sábios e os nossos chefes não acreditam. Tens que ser Tu a dizer-lho, à Tua maneira, que eles são os guardiães da razão e do senso comum e não concebem ordem nenhuma que não seja a sua. Mostra-lhes que a ordem deles é que produziu toda a nossa dor.
– Deixa tu que o Espírito ordene todo o teu ser. Não queres servir-me de Voz para lhes falar?
– Ah, quero, sim!… Mas o Diabo não quer… Ouviste como ele fez agora? Estava a arremedar-me….
– É claro que ele não quer. É justamente tudo aquilo que ele não quer: tu sabes que a ordem em que assenta este mundo é toda obra sua.
– Toda? Toda a instituição é obra de Satanás?
– É de Satanás tudo o que não é de Deus.
– Mas as instituições, as organizações……
– Olha o Universo: fostes vós que o ordenastes? Deixai o Espírito ordenar a terra como Ele ordena o céu. Deixai que seja Ele a fazer o que vós não sabeis. Vós fazeis instituições; Ele é o Construtor da Paz!
São 5:09.
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