11/1/02 - 2:10
- Maria, dirige o nosso diálogo para dentro do Mistério.
- Já sabes então como deves fazer: escreve o que no momento presente sobressai dentro de ti.
- Não é só uma coisa.
- Então começa por uma qualquer: o nosso diálogo irá ter àquilo que na nossa Alma estiver neste momento pronto a desabrochar.
- Vou então começar por aquilo que à primeira vista é mais trivial e parece nada ter a ver com o Mistério: tenho febre. O termómetro marca 38:11.
- Não é todos os dias que se tem febre…
- Mas é uma doença vulgaríssima no Inverno.
- E não altera a rotina da vida, não atrapalha o que está programado?
- Pode atrapalhar, sim: tenho, por exemplo, um jantar marcado com os meus colegas professores e não sei se poderei ir.
- Já vês que um só momento pode alterar todo o futuro de uma vida!
- Sim, o rumo da minha vida foi profundamente alterado por um momento trivial, há sete anos.
- Talvez seja conveniente dizeres qual foi esse momento.
- Foi uma conversa vulgaríssima, em que a minha amiga de Faro me falou do Renovamento Carismático e da Vassula, desta até algo desinteressadamente.
- Já viste, pois, que nada nos acontece por acaso…
- Sim, foi das descobertas mais marcantes da minha vida.
- Diz então que valor tem um trivial momento presente.
- Ele tem a Presença do omnipotente Senhor do Universo.
- E por isso…
- Por isso ele pode tornar-se um explosivo momento que altere toda uma vida e a vida da terra inteira!
- Dá um exemplo.
- Dizem que Newton, no momento em que da árvore lhe caiu diante dos olhos uma maçã, foi levado à descoberta da lei da gravidade, alterando assim toda a concepção milenar da Humanidade sobre a estrutura e o lugar da Terra no Universo.
- Não são, portanto, os momentos considerados grandes que mudam a face do mundo!?
- Os acontecimentos mais espectaculares são só a manifestação exterior de uma realidade escondida que vinha crescendo, tumultuosa, debaixo dos nossos pés, debaixo da trivialidade dos nossos dias. São como a floração, nas árvores. São momentos apesar de tudo efémeros, que apenas manifestam o poder vital da árvore e anunciam o fruto futuro.
- A Ressurreição de Jesus não foi um momento espectacular, importante em si?
- Sim, como a floração é importante em si. Mas foi só a confirmação da autenticidade libertadora do caminho que Jesus seguiu. Repare-se em que, se os corações não tivessem sido movidos, no Silêncio, a acreditar, um a um, na Ressurreição, tudo ficaria como dantes. Foram momentos no coração, porventura até triviais e casuais, que levaram a Ressurreição a dar fruto.
- Vês agora para que serviu a tua febre?
- Sim, mas não lhe alcanço certamente todo o seu poder construtor.
- Que fizeste agora?
- Concentrei-me mais dentro de mim para Te sentir o Coração.
- Andavas fora do Coração?
- A tentativa de explicar as coisas dispersa… É preciso voltar sempre à intimidade do Coração, para não se perderem as verdadeiras coisas grandes.
São 4:14!!
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