4/1/02- 4:49
- Maria, vem amparar a minha Fé!
- Já a sentiste como um enorme rochedo. Está-se desfazendo, o rochedo?
- Deve estar-se assentando nos alicerces da Vida, talvez… A verdade é que ele oscila…
- Será? Examina-o bem. Deixaste de crer em alguma coisa dentre todas as que tens escrito?
- Na verdade, não. Sempre de novo acabo por reconhecer muito firme a minha Fé em tudo quanto tenho escrito. Mas há outros momentos…
- Em que nada vês, nada ouves, nada sentes, nada agarras…?
- Isso. Parece-me então que nada tem firmeza…
- E julgas a tua Fé uma espécie de um fumo que ora assenta, ora se levanta, no vale?
- Tão escuro é, às vezes, à minha frente, que é essa, nesses momentos, a sensação.
- Não dizes tu que, noutros momentos, voltas a olhar e lá vês a Fé, firme como um enorme rochedo?
- Isso é. A sensação é a de que enfrentarei um exército inteiro, ou aguentarei esperando, até para além da minha morte, que tudo se cumpra, sem excluir a mais pequena letra do que escrevi!
- E admites que um rochedo de tamanhas dimensões possa assim desfazer-se e refazer-se ao sabor do vento, como uma nuvem de fumo?
- Não poderia ser, de facto… Então o problema é só dos meus olhos, que deixam de ver, às vezes…?
- Não, não são os teus olhos que deixam de ver: é o lugar que estás atravessando que não tem luz.
- Então há muito tempo que atravesso este lugar! Parece-me sempre caminhar em absoluta escuridão…
- E como vês, naqueles outros momentos, a Tua Fé como um gigantesco rochedo? Passa a haver luz, no lugar que atravessas?
- Não sei…
- Imagina um mineiro escavando um túnel. A luz artificial que usa só lhe ilumina a terra ou a rocha que tem que romper. O que vê é sempre e só o obstáculo ao seu avanço. O que sente é sempre e só a luta contra esse inimigo que sempre impede a sua passagem. Há momentos em que lhe parece não sair do mesmo lugar, parece-lhe até cada vez mais longe o momento em que desabe de repente a terra do outro lado da montanha e ele veja finalmente a luz do dia e o fim do seu trabalho. E no entanto ele sabe que para trás de si há uma passagem aberta, sempre crescendo em extensão. Vive essa experiência sempre que, ao meio-dia. Sai do túnel para almoçar e ao fim do dia, quando despega do trabalho. Só duas coisas poderiam fazer vacilar ou desistir este mineiro. Sabes quais são?
- O não ter a certeza da utilidade do seu esforço e o não ter a certeza da direcção em que está rasgando a terra.
- Tu tens a certeza da utilidade do caminho que estás rasgando?
- Tenho: ele leva as pessoas à Liberdade.
- E tens a certeza de que vais no rumo certo?
- Tenho: o meu rumo é Jesus e sei que Ele é a Porta!
- Então continua rasgando o Caminho da Liberdade. Tu até já sabes que a Porta se abrirá quando menos esperares.
São 6:44!
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