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Resisto em escrever. Julgo que por ter a impressão de que nada de novo sairá da minha Alma: não faço outra coisa senão trabalhar na restauração da minha casa material todo o dia e este trabalho não me oferece conteúdo nenhum que pareça digno de registo como palavra de Deus, a não ser a vontade de me libertar dele. Ultimamente só nas vigílias escrevo, sempre de coração frio…
Depois os anos sucedem-se, sem que as palavras dos Profetas tenham o cumprimento espectacular que apontam e asseveram em Nome de Deus… Só o mundo continua somando êxitos que parece irem suplantando sempre as angústias que provoca. Hoje, por exemplo, festejou com grande regozijo a entrada em circulação de uma nova moeda que, segundo dizem, irá contribuir para fazer da Europa um potentado económico determinante no domínio da Cidade, esta velha Europa que já conseguiu um regime político de matriz comum, com órgãos institucionais únicos e contribuiu já decisivamente para o edifício civilizacional que está à beira de destronar Deus do coração dos homens.
- Maria, que faremos aqui tão pequeninos e sozinhos neste Deserto sempre alargando-se, monstruoso, sobre o último resto de Vida?
- Podemos, por exemplo, continuar sofrendo com esta misteriosa alegria as feridas nas mãos e a dor de todo o corpo na tentativa de conservar nesta Ruína um abrigo menos cruel enquanto aqui vivemos. Podemos, por exemplo, continuar a gravar nesta folha, no frio da noite e sob o peso do sono, a inexorável Palavra de Yahveh, o Único que nunca falha!
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