20/12/01 - 4:30
- Quem somos nós aqui, Maria, tão frágeis, nesta Desolação em que tudo pode mais que nós?
- Não consegues responder?
- Não. Viste o tempo que demorei à procura da resposta para aquela pergunta, sem a ter encontrado?
- Era a Mim que era dirigida aquela pergunta?
- Nem sei… Talvez fosse só um desabafo feito a alguém na mesma situação que eu.
- E não Me sentiste tentando responder?
- Não. Nada me veio de Ti, a não ser o silêncio, por largo tempo…
- E continuas à espera de uma resposta?
- Sim… Está pesando muito esta espera, que parece tão estéril… E a pergunta surge-me, cheia de lógica: Que fazemos aqui?
- Eu vim para ser alimentada, conforme sabemos.
- E eu?
- Tu estás servindo-Me o alimento de que Eu necessito, não?
- Foi-me dito que sim. Mas que alimento Te posso servir? Mágoas? Queixumes? Cansaços?
- Repara: Deus podia alimentar-Me no Céu, junto do Seu Trono. Porque Me trouxe Ele para o Deserto?
- Sim, porquê? Que fazes Tu aqui, Maria?
- Descreve o que essa Luz te está alumiando.
- Tu desceste do Teu torno de Rainha ao Deserto para o assumires todo, particularmente a Devastação do nosso tempo. Tu obedeceste docilmente ao desejo do Pai, de que Te tornasses a Filha do Homem…
- Como? Não nasci Eu já verdadeira filha do homem? Não vivi Eu já em carne o Meu Deserto, há dois mil anos?
- Mas não tinhas descido ainda da Tua glória de Rainha do Céu, como Jesus desceu.
- Estou percorrendo agora o caminho do Meu Filho?
- Faltava-Te esta experiência de abandonar a condição de Senhora do Universo, como Ele era, para assumires de novo a condição dos filhos dos homens conforme eles estão, no cume da sua Apostasia.
- E é este o Meu alimento?
- Sim: era preciso que sentisses a distância dos altos Céus à mais funda indignidade humana, vivendo par e passo as nossas dores e ânsias, agora que verdadeiramente vais assumir a Tua condição de Mãe de todos quantos aceitarem Jesus neste Seu Regresso.
- E é em ti que Eu estou vivendo a mais desoladora condição humana?
- Assim creio. Há muitos que sofrem dores maiores que as minhas neste momento, mas às vezes pareço condensar em mim toda a dor e toda a sede da Humanidade de todos os tempos.
- Então acabas de encontrar também o sentido da tua presença aqui Comigo!?
- É verdade, Maria! Entendo agora que estou justamente a cumprir essa missão de Te acompanhar até à mais crua Ausência que devasta este mundo.
-Vamos então sempre mais fundo, até à Hora do Pai?
- Vamos. Mas ampara sempre a minha Fé. Às vezes é tão escuro, aqui…
São 6:47!
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