13/12/01 - 3:30
Persisto em escrever, acreditando em que ficará gravada uma novidade em cada página, porque a minha Alma foi criada à imagem de Deus: eterna, omnipotente, inesgotável!
Eterna também, sim! Embora tivesse surgido no tempo, ela está presente no Sonho de Deus desde toda a eternidade. Pode, por isso, ao crescer, e muito especialmente ao renascer Filha de Deus, participar na Plenitude eterna do seu Criador e Pai. Os seus olhos abrir-se-ão progressivamente em direcção ao passado e ao futuro, até que todo o tempo se lhe torne presente, como em Deus!
Por isso ela é também omnipotente. E vai tomando posse deste seu atributo divino à medida que desabrocha. Se não se separar de Deus, ela desejará só o Bem e tudo quanto desejar será feito. Ela “tem um poder fulminante”, conforme a inesquecível revelação que um dia Jesus me fez gravar. Nenhuma doutrina atribui ao homem tanta grandeza e tanto poder como Jesus. Ah, se acreditássemos em Jesus!
Daqui decorre o facto de a nossa Alma ser, obviamente, inesgotável. Deus é Vida eterna, indomável. Ele é o contrário da morte. Não há o mínimo momento de paragem, em Deus. Nada n’Ele resfria ou estagna. Nada é estéril ou sequer dispensável. Por isso tudo quanto d’Ele provém é igualmente vivo. Tudo quanto faz traz em si a capacidade de surpreender. Por isso também nada do que d’Ele saiu regressa ao Nada: quando percepcionamos as coisas morrendo, isso é só uma aparência: na verdade elas estão só transformando-se, sempre de surpresa em surpresa, de novidade em novidade!
Toda a capacidade divina da nossa Alma está, no entanto, oculta debaixo da multiforme deficiência em que o Pecado nos mergulhou. Durante o curso da nossa vida terrena é, portanto, muito lentamente que nos vamos apercebendo da grandeza divina da nossa Alma. Mesmo quando aceitamos Jesus, Deus-Connosco, o peso da nossa carne degradada impede-nos de viver em plenitude este desabrochar pela ilimitada Imensidão; depois de, na morte, nos decidirmos definitivamente pelo Amor, adquiriremos então, espantados, a consciência plena da nossa Origem sem origem e da nossa Meta, cujo traço é simplesmente o Infinito.
Mas assim mesmo, nesta impressionante incapacidade em que nos encontramos submersos, eu escrevo. Escreverei sempre, enquanto Jesus mo pedir. Procuro exprimir a permanente Novidade com as palavras velhas e limitadas que temos. Se alguém me ler sem o coração mudado, é certo e sabido que não chegará sequer aqui, na leitura e, no que ler, encontrará, quando muito, algumas curiosidades. Porque só o coração capta a verdadeira Novidade: ela é acontecimento puro, dentro de nós; as palavras poderão apenas acordá-la e, se o coração assim ficar desperto, poderão também tornar-se alimento acordando para a Novidade sucessivamente todas as veias e artérias do corpo, até às células mais remotas.
São 5:52!
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