10/12/01 - 5:14
Se as Pessoas do Céu com Quem falo Se me apresentam com facetas tão variadas e às vezes tão difíceis de harmonizar, como posso determinar a Sua personalidade identificativa? Como posso saber com Quem estou falando? Se Jesus, por exemplo, O posso ver como meu Irmão e meu Pai, qual é a Sua verdadeira personalidade? Como O distingo do Pai, primeira Pessoa da Trindade divina? O caso de Maria é ainda mais claro: durante muito tempo Ela apareceu-me sempre como Mãe, como a minha querida Mamã. Como me pode aparecer agora com as cores sensuais de uma enamorada?
O Pecado reduziu-nos a uma percentagem mínima das nossas originais capacidades. Todo o nosso ser ficou limitado a uma sombra do que era e mais ainda do que pode vir a ser. Os nossos limites são rígidos, e a sua ultrapassagem extremamente penosa. É, aliás, notório que toda a canseira que passamos para avançar para lá do nosso horizonte de cada momento, se por um lado nos proporciona algum conforto material e alguma satisfação espiritual, nos enche por outro lado de novas dores e nos vai mutilando sempre mais na nossa original bondade e inocência. Somos cada vez mais talhados, à força de golpes dolorosos, em peças resfriadas do monstruoso mecanismo que nós próprios implantámos sobre a Vida. E aí está o Grande Ídolo da nossa Rebeldia, contra o qual agora vociferamos as nossas frustrações e ao mesmo tempo adoramos com coração de comerciante, apenas para satisfação do nosso orgulho.
Quando entramos no nosso mundo interior e aí se nos abre o Céu, nada é assim: nós, com todas as pessoas que aí encontramos, adquirimos uma dimensão espectacular! Somos Vida que continuamente desabrocha, em ciclos sempre mais vastos e sempre diferentes, ultrapassando assim harmoniosamente, numa tensão festiva, o limite de cada ciclo. Porque cada limite ultrapassado é porta para um novo horizonte circular, todo grávido de surpresas. E sabemos bem dentro de nós que para este avanço não vai haver nunca um fim.
É claro que no início, habituados à mesquinhez desta vida, ficamos atarantados, apanhamos valentes sustos, porque é no meio do desmoronamento contínuo do nosso antigo Ídolo que o nosso novo Ser começa a germinar furiosamente, rasgando as entranhas da terra. E já aqui, a espaços, nos sentimos mãe e nos sentimos filho. Uma mãe de entranhas rasgando-se; um filho de uma vitalidade estonteante, em avanço vertiginoso, em direcção à hora de nascer! Se bem que a carne nos continue pesando, porventura mais ainda, sentimos que o fim de todo este processo é um Ser de Luz, multifacetado, aberto a todas as possibilidades.
Assim são as pessoas do Céu com quem falo. Todas elas são de uma espantosa versatilidade. Elas têm todos os segredos da Vida em si, podendo fazer avançar para a superfície, em cada momento, a possibilidade que desejem concretizar. E no entanto mantêm sempre a sua inconfundível individualidade.
São 7:41!
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