25/12/01 - 6:56
Esta imagem numérica diz-me com espectacular clareza que Jesus, ainda este ano, nasceu no Inferno. Foi assim que a Sua Mãe Se exprimiu uma vez quando, nesta Noite, eu era perpassado por uma estranha frieza e solidão. E sempre, desde então, tem sido esta a Mensagem do Natal.
Mas hoje todos os outros Sinais me falaram duma Presença muito forte de Jesus e de Maria, neste meu continuado Deserto. Disseram-me eles, na sua mudez, que formamos os três um só, nesta interminável escuridão gelada, firmes na espera do tempo em que Jesus possa nascer no calor dos corações, à roda de todo o Planeta Azul.
- Maria, minha frágil Pequenina, não estás cansada de dar à luz o nosso Redentor nesta Escuridão, há tantos anos? Não é muito mais doloroso que a solidão daquela gruta nos arredores de Belém este frio em que Jesus tem nascido todos os anos?
- Fala um pouco desse frio, Tu vives nele. Diz como o sentes.
- É como se tudo quanto é vivo viesse congelando desde há muito tempo, criando um cada vez mais vasto silêncio, uma vez que o gelo tudo imobiliza.
- Mas o espectáculo dos festejos natalícios parece ser cada vez mais vistoso e ruidoso…
- É esse espalhafato que cria este silêncio. É ele que tudo desertifica e imobiliza.
- Então o silêncio que ouves é onde? Há-de ser num mundo longe deste, não?
- É. Jesus, como Tu bem sabes, criou em mim um misterioso ouvido capaz de ouvir tanto o suave marulhar, como o gigantesco tumulto da verdadeira Vida. E essa, a Vida autêntica, está sendo enterrada debaixo deste estrondo. Aqui, nas nossas ruas enfeitadas, ela emudeceu há muito tempo.
- E é aqui que Jesus continua nascendo?
- Pois onde há-de ser? Ele veio para o que estava perdido…
- Então também do Seu nascimento nada consta, nada se ouve!?
- É exactamente isso o que se passa: a Cidade, como há vinte séculos, baniu o Salvador para longe de si. Mas agora fez um crime muito pior que o da antiga Belém. Agora a Cidade teve já notícia da Sua chegada, conhece-Lhe as palavras e proclama-as no meio deste barulho, destruindo-as na avalanche das prendas que ela própria oferece. Agora a Cidade pegou no Salvador e esterilizou-O em si mesma, banindo-O completamente das suas preocupações e dos seus projectos.
- E Jesus é aqui que continua nascendo todos os anos?
- Sim, é este o Inferno, o Mundo da Ausência, onde Tu uma vez me disseste que Jesus nasce todos os anos.
- E porque continua Ele insistindo em nascer aqui?
- Porque é aqui que estão os homens, que Ele ama loucamente.
- E que esperança O move, uma vez que até hoje o resultado da Sua insistência foi sempre um maior desprezo, um mais cruel abandono?
- É a esperança de reunir, de todos estes anos, todos os pouquinhos que O sentem nascer. Depois espera que o Espírito faça deles uma Avalanche de Luz!
São 10:38!
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