26/12/01 - 5:52
Os Sinais dizem-me o contrário do que sinto: eles revelam uma Presença muito forte de Jesus, fazendo uma união perfeita comigo e eu sinto-me completamente vazio de Deus! O que me preenche são os problemas que a vida diária continuamente fabrica e uma quantidade de pensamentos sem nexo nem interesse esvoaçando sobre o meu tempo interior, vazio de fogo, de qualquer impulso mobilizador.
Nem dei pelo Nascimento de Jesus, a noite passada. Maria disse-me que Ele nasceu mais uma vez neste Inferno e o Inferno é justamente não dar por nada nascendo de dentro. Se o meu coração não estivesse imobilizado neste infernal glaciar, o Natal tê-lo-ia transformado numa nascente de Água viva, impossível de bloquear por qualquer montanha. Não, Jesus liberto dentro de mim seria o contrário de tudo isto: Ele sairia deste quarto, franquearia as portas desta casa e inundaria as ruas, contagiando os corações, mobilizando-os para o Êxodo que há tanto tempo nos está prometido.
Mas a imagem numérica ao acordar, diz-me que Jesus está em mim, acentuando a intensidade desta presença. Só pode então o próprio Jesus estar também bloqueado por este gelo. Estaria assim o próprio Deus dominado entre nós por uma total impotência frente à insensibilidade em que se instalaram os corações. E uma situação assim é exactamente aquilo que a Incarnação exige. Porque Deus não faz nada a meias: Ele não pode deixar nada para trás, nenhuma zona que não inunde, nenhuma célula que não penetre, nenhum átomo que Lhe escape. Deus nasce todos os anos justamente para incarnar na situação de cada ano, de cada tempo, de cada momento. Deus não incarnou; Ele está continuamente incarnando. Ele segue continuamente o processo de decomposição da nossa carne, até à insensibilidade pura.
Ora eu pedi-Lhe muitas vezes, com quanta força o meu coração tinha em cada momento, que me deixasse ir com Ele até onde fosse necessário e até onde as minhas forças aguentassem. E o que me estava presente no espírito ao fazer-Lhe este pedido era sempre a salvação do mundo! Nada menos do que isto. Como Ele, também não suporto pôr remendos neste mundo. Apetece-me deixá-lo seguir o seu caminho, até se desfazer. O mundo tem que se conhecer a si mesmo e, pelos vistos, só poderá conhecer-se pelos frutos. É preciso, portanto, deixar ir o mundo até aos frutos. É preciso que ele próprio veja o resultado da sua perversão. E apetece-me dizer-lhe, como Jesus a Judas: O que tens a fazer, fá-lo depressa! Jesus precisa agora de ir, em mim, viver a Traição universal do homem ao seu Deus.
Mas Jesus é o Pantocrator. E está escrito que Ele regressará em Poder e Glória. Ora este Regresso é iminente, segundo todos os Profetas actuais proclamam. E o próprio Jesus diz que está usando agora a nossa própria linguagem e não a linguagem eterna de Deus. E eu acredito à letra no que Jesus diz: se Ele diz que vai vir depressa e que é do nosso depressa que se trata, eu espero, como uma criança, que a todo o momento o Céu se abra inteiro no meu coração.
São 8:28!?
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