10/4/08 – 6:26
– Maria, traz-me do Céu uma sensibilidade muito apurada, para que o Demónio nunca se me esconda.
– E parece-te que ele se aproxima sem ser visto?
– Passo às vezes por momentos e situações típicas da sua forma de agir, sem me lembrar de que é ele o seu autor.
– E reagirias de forma diferente se tivesses a percepção da sua presença malfeitora?
– Julgo que viveria em maior Segurança e Paz se sempre o identificasse: não sabermos o que se passa, não identificarmos a causa das coisas, não podermos atribuir a ninguém a responsabilidade daquilo que nos acontece, lança-nos sempre numa maior desorientação e angústia.
– É isso que está acontecendo contigo neste momento?
– Nebulosamente embora, traz-me preocupado nos últimos tempos a sensação de que estou arrumando o Céu num qualquer canto da minha vida, passando as horas enredado na lida diária sem me lembrar de Vós, sem sentir a Vossa afeição.
– E, assim arrumado, como é que fica o Céu? Sem força, vazio?
– Sim, a minha sensação é novamente a de que estou sobrecarregando esta escrita com coisas sem interesse, de que me estou repetindo, de que ninguém chegará ao fim de uma leitura tão maçuda e tão longa…
– E é isso que tu achas típico de uma intervenção satânica?
– Só pode ser: se Deus me escolheu como Profeta conhecendo as minhas deficiências e a minha maneira de escrever – se, portanto, até na forma esta escrita é o que é por expressa vontade e Escolha de Deus, tudo quanto tente desvalorizar e lançar suspeitas sobre estes Diálogos só pode vir do Arqui-inimigo de Deus.
– Continuas então considerando o antigo Mensageiro da Luz, o grande anjo Lúcifer como o primeiro e o maior Inimigo de Deus!?
– Assim fui levado a ver, ao longo desta caminhada no Deserto: o Pecado teve nele a sua origem e é o seu Projecto que está sendo executado sobre a Criação, mesmo por aqueles que já abriram os olhos, por não terem alternativa num mundo em que ele é rei incontestado.
– E não estás assim desculpabilizando-nos a nós homens?
– Eu sempre insisti na nossa culpa: nós tínhamos a liberdade e o poder de descobrir e rejeitar a manhosa insinuação da Serpente. Nós deixámo-nos claramente levar pela ambição. Mas o Pecado Original não é o nosso. Por isso sempre pudemos inverter esta desgraçada marcha para a Morte; se até hoje o não fizemos, foi porque a ambição e o orgulho se mantiveram no nosso coração.
– Mas tu já viste a Mentira em que embarcámos. Porque te deixa Deus sujeito assim às tropelias de Satanás?
– Porque continuo a viver neste mundo que é dele, servindo-me dos benefícios da sua Civilização. E porque também aqui e assim viveu o próprio Deus. E eu agora sou um amigo de Deus.
São 8:36!?
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