17/3/99 – 2:27
Quase Se me visualizou o meu Companheiro a abraçar-me prologadamente! Senti de forma muito intensa que Ele Se enterneceu e todo o Seu corpo tremia ao dar-me aquele abraço por eu me ter levantado a esta hora, tão perto ainda da hora a que me tinha deitado. Esta mesma ternura emocionada está expressa na imagem numérica que ostenta o meu nome.
Estão-me custando, de facto, muito estas vigílias, mas eu apego-me a elas como a um tesouro: vivo nelas a solidão de milénios do nosso Deus e mais do que em qualquer outra altura do dia sou conduzido aos mais fundos abismos da nossa Alma, onde tenho encontrado, por sua vez, todos os Mistérios da nossa existência e todo o Mistério de Deus.
Por isso me tento levantar sempre que acordo, seja a que horas for, e escrevo ajoelhado, dobrado sobre a cama, numa atitude não pensada, inteiramente intuitiva e para a qual, por isso, não encontro razões. Sinto só vagamente que se parece com a atitude de Jesus no Getsémani, dobrado sobre Si mesmo, numa Solidão extrema e numa prostração total perante a Vontade do Pai. Normalmente só dormito depois de encerrar a escrita, o que me reduz o sono profundo quase sempre a muito poucas horas.
São, também por este motivo, as vigílias, um dos enormes tesouros do meu doce Amigo do Deserto. São o jejum especial que Ele me deu a viver. E, como todos os jejuns, também este tem por finalidade prolongar no nosso corpo o Sacrifício do nosso Redentor, tornando-o assim vivo e perpétuo. O jejum é, deste modo, o meio mais eficaz para nos sentirmos unidos ao nosso Deus na Sua Incarnação. De facto, ao vir ter connosco a toda a situação em que seja possível encontramo-nos, também Ele renunciou, de forma brutal, a todo o Prazer e Glória do Céu. Nada fazemos, pois, de especial, quando tentamos acompanhá-Lo no Seu tão doloroso Caminho.
Tem, portanto, o jejum, esta característica muito própria: é expressão de um amor muito vivo ao nosso Irmão Deus. Daí que haja muitas formas de jejum, tantas quantas as pessoas, porque também cada pessoa é única na sua maneira de amar. Completamente excluído está, deste modo, qualquer tipo de jejum prescrito à maneira de lei, praticado em forma de rito, porque o rito colectiviza aquilo que é, neste caso, a mais confidencial expressão de amor. Por isso o jejum é um tesouro só nosso, que nos mantém vigilantes e unidos ao nosso Redentor num amor sempre vivo.
São 3:44!
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