18/3/99 – 5:27
Mais uma vez e de forma mais intensa agora, tudo me puxa para desistir. Pelo menos que suspenda a escrita, que já nada de novo pode dizer. E se não acabo com as vigílias, em breve lhe vou sentir os efeitos perniciosos na saúde.
Mas qualquer jejum fragiliza o corpo. E toda a nossa estrutura invisível, desde o pensamento às sensações, parece estar-se desconstruindo. Para o discípulo de Jesus, no entanto, há em tudo isto uma profunda coerência: o caminho que segue é o do grão de trigo que espera morrer para germinar e o Reino a que se dirige nada tem a ver com o deste mundo. Tudo, pois, tem necessariamente que ser posto em causa, de tal forma que todo o nosso ser, de vez em quando, se alarma com as proporções que a mudança parece tomar. Jesus não nos veio remendar; Ele quer mesmo Tudo Novo!
É preciso, portanto, que toda a construção velha caia. É preciso ouvir de novo Jesus. Ele é muito claro: não é possível entrar no Seu reino sem nascer de novo. Ora isto implica ter morrido antes e ninguém quer tirar esta conclusão tão clara das palavras que sabe de cor, ninguém quer ouvir Jesus. Pôr-se inteiramente em causa, desde o bem-estar do corpo até às convicções que formam toda a nossa segurança interior, é coisa que resistimos em fazer até que a nossa soberba dura.
É preciso, de facto, entregamo-nos ao Desconhecido para seguirmos Jesus. Todo o nosso cálculo terá que ser posto de lado e de coração ingénuo temos que passar a confiar inteiramente na Mão que nos guia. É natural que haja sustos. Mas a Mão é firme. E a Voz, essa, é de uma ternura insuperável quando, nos momentos de mais forte abalo, a ouvirmos dizer: Não tenhas medo!
São 7:41.
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