19/3/99 – 4:35
Desde ontem ao deitar que os meus Sinais me pedem que proclame a Presença de Deus.
É este um Mistério que desde o início da minha conversão fortemente me seduziu: Deus está presente e muito vivo na minha vida. Não uma presença distante ou opressiva, de senhor frente ao seu escravo, mas uma Presença de companheiro e amigo. Ele nunca intimida ou humilha. Sobretudo nunca empurra ou força. Não constrange. Não mete medo nunca. E é nesta proximidade que se nos revela a verdadeira natureza de Deus: Ele é Amor. E é por sua vez a partir daqui que chegamos à experiência daquilo que sempre nos ensinaram serem os atributos distintivos de Deus: a Omnipotência, a Omnisciência, a Eternidade… Até estes atributos, portanto, que nos faziam de Deus um Ser distante e impassível, se tornam, sem perderem nada da sua força, apenas facetas do Amor.
Mas se assim presente e vivo está Deus na nossa vida, não faz sentido que não possamos contactar com Ele de uma forma igualmente real e viva; doutra sorte continuaria Ele bem distante, o único activo e nós inteiramente passivos, o único a amar e nós só a sermos amados, sem nenhuma possibilidade, portanto, de O surpreendermos, retribuindo-Lhe activamente o Seu Amor. Nenhum companheirismo ou verdadeira amizade poderia haver numa relação em que nós só recebêssemos e nada pudéssemos dar.
É, pois, natural que se possa contactar com Deus como um Companheiro e Amigo. Que se possa ouvi-Lo, vê-Lo, tocá-Lo, falar com Ele. E é obviamente necessário ao amor que também nós sintamos que Ele nos ouve, nos vê, nos toca, nos responde. Não é concebível o companheirismo e a amizade a não ser numa relação assim.
Mas é sabido como só a alguns, muito raros, Deus Se tem deixado ouvir e ver de forma clara e distinta, de modo a poderem transcrever palavras ditadas por Ele, mesmo que as não entendam, de forma a poderem descrever mesmo os traços do Seu Rosto ou o corte e a cor das Suas vestes. Não vêem, é claro, com os olhos da cara, não ouvem com ouvidos físicos. Mas vêem e ouvem distintamente, como nós todos ouvimos e vemos distintamente em sonhos.
Mas não é esta a via normal de contracto entre Deus e nós. Tem, no entanto, de haver outra, sob pena de termos que admitir que Deus discrimina os Seus filhos no Seu Amor e isso sabemos que não pode ser: Deus ama-nos a todos com a mesma loucura. Foi esta outra via que Deus escolheu para mim até hoje. E não posso duvidar: eu tenho visto e ouvido e tocado Deus com toda a nitidez e precisão!
São 6:57!
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