18/7/00 — 5:46
— Revela-me, Mestre, as minhas faltas ocultas.
— Lembras-te de alguma que te tenha já revelado?
— Todas as vezes que, inesperadamente, me levas a desmascarar o Demónio, também em mim estava ele escondido, sem que eu tivesse dado pela sua presença.
— E a simples presença do Demónio é uma falta tua?
— Pois é, Mestre: revela que eu tinha em mim um território que lhe pertencia.
— Mas se o não tinhas reconhecido, como podes disso ser culpado?
— Sou sempre culpado por toda a escuridão que em mim exista. Também pelo meu pecado os meus olhos ficaram diminuídos na sua visão, de modo a não distinguirem claramente o Bem do Mal. É que sempre também eu fui comendo do fruto da Árvore da Ciência do Bem e do Mal, construindo assim, com todos os outros meus semelhantes, a Cidade, onde baralhamos, ao sabor da nossa conveniência, as noções de Bem e de Mal.
— Mas tu não te sentes já inteiramente curado por Mim?
— Desde que voltamos para Ti os olhos e o nosso coração se prendeu ao Teu, logo nesse instante o Teu Amor nos perdoa todas as faltas e com louca paixão nos vem buscar ao estado em que nos encontramos para fazermos o caminho de retorno à Casa do Pai. E é assim caminhando que lentamente vamos vendo toda a miséria a que nos havíamos reduzido.
— E, mesmo já perdoado, continuas a ter culpa dessa miséria?
— É evidente: se eu acumulei a miséria por minha culpa, todas as vezes que no caminho de retorno me encontro com ela, eu vejo a minha culpa nas suas consequências.
— Uma culpa de que já estás lavado?
— Sim, mas exclusivamente pelo Teu Amor; eu continuo, ao longo do caminho a Teu lado, a encontrar-me com ela para ir tomando consciência da estragação em que participei e da ferida que fiz no Teu Corpo.
— Mas desse modo o Meu Perdão não se torna opressivo, enquanto continuamente te põe diante dos olhos a tua miséria?
— Não: somos nós que, ao passarmos a ver com os Teus Olhos, queremos distinguir até à perfeição o Bem do Mal. As nossas faltas tornam-se então, elas próprias, Luz que, rasgando as nossas trevas, iluminam o Vale da Morte em que eu com todos os meus semelhantes vivemos.
— As tuas culpas já não te oprimem?
— Não: são uma energia nova que me impele com muita força para o Teu Coração e para o coração de todos os meus semelhantes. É o Dom do Discernimento que está sendo derramado pelo Espírito em mim.
São 7:21.
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