– 9:47:20
O que Jesus me disse esta noite parece ter características de pura dedução racional. Se assim fosse, Ele estaria dirigindo-se à razão e estaria falando comigo e com todos quantos lessem estas palavras pela via racional! Seria esta, portanto, uma das formas que Ele elegeria para contactar connosco.
E só agora de repente dou conta deste facto: eu, que me tenho referido ao Racionalismo como a grande peste do nosso tempo, estaria transmitindo a Voz de Deus e recebendo o Seu Ensinamento justamente através da via racional!
– Vem antes conversar comigo em diálogo, Mestre, que julgo assim poderes explicar-nos melhor estas coisas…
– Diz-Me: eras só razão, na vigília?
– Eu avançava penosamente, à procura das palavras mais adequadas, mas havia em mim o entusiasmo próprio de uma descoberta progressiva.
– Qual era essa descoberta?
– Tu não podes falar com aqueles a quem não deste a visão ou a audição interiores de forma menos nítida do que com todos os outros que sinceramente Te procuram.
– Porquê?
– Porque Tu nos amas a todos por igual.
– Então pode a via racional ser uma das vias que Eu escolho para falar de forma nítida com determinada pessoa!?
– Pois pode, Mestre!
– Como? O Racionalismo não é uma peste?
– Eu tenho escrito que é. Tão grande, que levou a Tua própria Igreja à Apostasia generalizada. Por isso está hoje implantada na terra a “abominação da desolação” de que fala o profeta Daniel.
– E duvidas agora do que escreveste?
– Não: mais límpida se está tornando em mim agora esta Verdade.
– Eu usei então hoje contigo a via dos Meus inimigos?
– Acho que sim, Mestre!
– Como? Por uma via pestilenta pretendo Eu chegar aos corações das pessoas?
– É verdade, Mestre! Se alguém está enterrado na podridão, só passando pela podridão conseguirás chegar até ele.
– Eu não estou dentro do seu coração?
– Pois, Mestre, mas se o seu coração está já, ele próprio, atingido de doença pestilenta…
– Uso a podridão para eliminar a podridão?
– Não sei se entendo a Tua Loucura, mas acho que sim: o Teu cuidado com a nossa Liberdade é tão grande que, se alguém livremente se reduzir à podridão, para não o violentares serves-Te do próprio lixo em que ele se meteu para lhe possibilitares ser ele mesmo a sair dali e assim não se sentir inferiorizado ou humilhado.
– Falei com ele claramente?
– Mais nitidamente não poderia ser: falaste a própria linguagem a que ele se reduziu!
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