De
vez em quando, como acontece com todos os Profetas, passo por uma dolorosa
crise de Fé. Num desses momentos, no meio de um diálogo com Jesus, interpelei-O:
Mas isto é só imaginação! Resposta d’Ele: Pois é. Parei por dentro, especado. E
no meio do Silêncio que então se fez, Ele falou-me do amoroso Dom do Criador,
que é a Imaginação. Conforme se pode ver na mensagem que se segue:
O que Jesus nos disse esta noite faz adivinhar novas paisagens
inabarcáveis do Mistério; quando o Espírito inundar a nossa Carne, elas se irão
manifestar no seu insuspeitado fulgor.
Uma delas, que especialmente me cativou, foi aquela que caracteriza a
nova visão que pela conversão recebemos do Céu. Temos tendência para lhe chamar
imaginação, com toda a carga depreciativa que vulgarmente esta palavra arrasta:
tudo o que nos vem através da imaginação é balofo, inconsequente, inútil. Ora
desde o início Jesus me vem chamando a atenção para o poder extraordinário
deste Dom do nosso Criador. E hoje entendi mais esta coisa inesperada: este
poder é, ao nível da Carne, aquilo que é, no Céu, a visão directa! É com a
imaginação que agora podemos ver aquilo que no Céu poderemos ver sem o
obstáculo opaco da carne corruptível. Mas muito mais do que isso: a imaginação,
já agora, tem o poder que no Céu está concentrado na visão; de facto, ver, no
Céu, é tocar, é ouvir, é saborear, é captar o perfume das pessoas e das coisas,
é sentir. No Céu ver é abraçar, é enlaçar-se com aqueles que se amam, numa
união em que todo o ser do outro vibra no nosso. Vibra o prazer, vibram as
dores, vibra o desprezo, vibra o amor e o desamor. Por isso a minha imaginação
transforma, agarra, saboreia com impressionante concretismo. Por ela, o Céu
está já aqui. (Dl 29,
26/11/04)
São vários os textos em que Jesus fala da imaginação; o 325 (Fevereiro 2011) é particularmente encantador
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