Todos ouvimos falar em tabus, misteriosos territórios que guardam
segredos protegidos por toda a espécie de sérios avisos e proibições e a que só alguns privilegiados têm acesso. Entre estes
tabus porventura aquele que mais tem condicionado as nossas vidas é sem dúvida
o do prazer físico, dito também prazer carnal, sobretudo aquele que provém do poderosíssimo
impulso da sexualidade. Não tem obviamente este tão abrangente Tabu qualquer origem
divina: não há, em toda a Criação, nenhum território proibido; há, sim, o
Mistério, que outra coisa não é senão a Sedução aberta e permanente contida em
todos e cada um dos seres do Universo. Na mensagem seguinte tenta Jesus apontar
a verdadeira origem desta absurda fonte de tantas dores.
E esta felicidade parece ser em Jesus permanente, desde que eu entendi e
gravei que foi justamente a Carne que ele veio buscar e que o renascimento do
Homem consiste no regresso do Espírito ao Pó que nós quisemos autonomizar
frente a Deus e insensatamente submetemos ao domínio do “Espírito Imundo”. Foi
esta, de facto, a finalidade da Redenção e por isso é que, com quantas forças
pôde, o Diabo lutou para tentar impedir que a Revelação chegasse aqui. A
exaltação da Carne, pela sua reunificação com o Sopro da Vida, era coisa que
ele não poderia consentir de forma nenhuma, sob pena de ficar desapossado da
maior conquista da sua existência. Esta era a essência do seu Projecto rebelde.
E era por esta via que ele sonhava destronar Deus.
Por isso, desde que conseguiu tomar o lugar do Espírito em nós, ele logo
cuidou de nos manter a Carne oprimida através de uma multiforme escravidão. Fez
dela território proibido e povoou todo o perímetro da sua fronteira com toda a
espécie de espectros, fantasmas e medos. Substituiu assim nela o Mistério de
Deus pelo seu grande Tabu. E mandou aos seus sacerdotes que cultivassem
religiosamente este Tabu, pregando a mortificação dos sentidos e atribuindo-lhe
a causa de todas as nossas desgraças de dores. A Carne foi transformada assim
num perigosíssimo monstro, possuidor de tenebrosos instintos e de imprevistas energias
caóticas que seria preciso a todo o custo manter submissas.
Era, pois, desesperadamente necessário criar uma Ordem que substituísse
a Harmonia original. Nasceram então as leis. Leis para tudo. Era sobretudo
necessário legalizar os carismas, sobretudo o grande Carisma da História.
Nasceram assim as doutrinas, o grande Sustentáculo deste reino tenebroso. (Dl 28, 22/9/04)
Veja também o texto 850 (Julho 2012)
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