Uma das pulsões que mais alto grita dentro de nós para se afirmar é a da
nossa independência. Terá sido mesmo esta fortíssima pulsão que nos levou a
desagarrarmo-nos de Deus naquele dia em que, ainda no Paraíso, demos ouvidos à
voz da Serpente. Também eu nunca suportei que tocassem na minha independência.
Mas veja-se o testemunho que dou na mensagem seguinte:
Ora este tipo de atitude é considerado, perante os conceitos e critérios
deste mundo, passivo, comodista, desistente, enfim, indigno de uma
personalidade forte e livre. Não admira: toda a dinâmica deste mundo se funda
na presunção de criar obra própria, toda saída das suas forças e do seu mérito.
Claramente, este mundo tem como objectivo último dispensar Deus, suplantá-Lo e,
se possível, eliminá-Lo. Por isso tem que trabalhar muito, até ao desgaste de
todas as energias. Por isso tem em pouca conta aqueles que não podem trabalhar,
seja pela idade, seja por doença. E marginaliza todos os que não querem
trabalhar.
Perante um panorama destes, fácil
se torna imaginar que o caminho de regresso à original dependência de Deus seja
extremamente penoso. É remar contra uma corrente impetuosa e larga, a perder de
vista. Por isso manter-se sempre dependente apenas de Deus implica um enorme
esforço, que O enternece e faz feliz. (Dl 29, 7/11/04)
Para um melhor entendimento da natureza desta dependência, veja também os textos 76 (Maio 2010) e 157 (Agosto 2010)
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