Como nós sabemos, a Bíblia diz que o Homem foi formado do “Pó da Terra”,
no qual foi depois insuflado o “Sopro da Vida”. E este é mais um ponto em que Jesus
é de uma intransigência impressionante: tão importante é este Pó da Terra que,
sem ele, simplesmente não haveria Homem! Veja-se isto mesmo na mensagem
seguinte:
Quando falamos na união carnal na Igreja de Jesus, põem-se-nos logo
problemas insolúveis. De facto, só concebemos uma união carnal plena no
matrimónio. E mesmo aqui tantos problemas põe a carne, que acaba por provocar
dolorosas divisões, escondidas ou manifestas, multiplicadoras e difusoras de
multiforme sofrimento. Aquilo que venho anunciando é por isso uma verdadeira
quimera, só concebível por uma imaginação infantil.
Mas a importância que Jesus vem dando à Carne não me deixa recuar: ela é
a condensação de todo o Universo, que Deus amou de tal maneira, que o uniu a Si
próprio na Criatura a que chamou Homem e declarou perfeita Imagem e Semelhança
Sua. Sem o Pó da Terra, conforme Jesus me ensinou, não há simplesmente Homem. A
própria Bíblia nos apresenta o Homem como sendo formado do “pó da terra”, quase visualizando as Mãos carinhosas de
Deus moldando-lhe a forma que
concebera no Seu Sonho. O Homem já tinha, pois, “narinas”, através das quais o
Criador lhe insuflou o “Sopro da Vida”, dando assim Vida àquela Forma (cfr Gn
2, 7). Como posso conceber que esta Forma seja só um acidente, um vaso
provisório, destinado a desfazer-se um dia e a desaparecer simplesmente? Que
necessidade tinha Deus de levantar da Terra aquela Forma, se o verdadeiro Homem,
conforme muitos eruditos hoje dizem, consistiria e subsistiria como entidade
imortal num suposto “eu”, cuja forma, feita de “terra”, simplesmente
desapareceria na morte?
Não! Esta Forma, este Corpo material, esta Carne, não é de modo nenhum
secundária no Homem, muito menos é um mero acidente ou vaso provisório. Tão
importante ela é, que Deus baixou a ela em Pessoa, assumindo-a como Sua e
conduzindo-a através de todas as dores com que a nossa Traição a saturou até à
Vida que recebera no Princípio, superando mesmo, pela entrega da Sua própria
Carne, este estado inicial, fazendo dela Carne de verdadeiro Filho de Deus! Por
isso não posso recuar neste Anúncio nuclear do Regresso de Jesus: Ele virá
libertar a nossa Carne da corrupção. E isto será visível já aqui na terra, na
Sua Igreja! (Dl 29,
13/10/04)
Veja também o texto 782 (Maio, 2012)
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