Ninguém manda em mim. Ninguém me influencia. Ninguém me instrumentaliza!
São muitos os que dizem, berram coisas deste género. Somos todos,
talvez. Jesus diz muitas vezes que é bom questionarmos tudo o que costumamos
dizer: podemos estar enganados. Talvez todos. É disto que fala a mensagem
seguinte.
De olhos fechados, esperei que me fosse dito quando deveria olhar o
relógio. Agora! – disse a minha Voz interior. E estava lá aquela imagem (5:53). Soube então que Deus estava
inundando toda a minha Carne. A própria Trindade invadia todas as minhas
células!
Como quer alguém que eu não ouça a minha Voz interior ou, quando ela não
responde, passe a agir por conta própria? Quem sou eu sem aquela Voz? Se não
ouço dentro de mim, por quê ou por quem sou eu comandado? Porque eu tenho que
ser comandado a partir de dentro. Ou não? Um simples movimento de um dedo meu
não é comandado por um qualquer poder dentro de mim que eu não vejo? Dizem que
é pelo cérebro. E o cérebro, onde vai ele buscar a vontade que o faz accionar
toda a máquina que move o dedo? E essa vontade não foi estimulada, ou aquecida,
ou seduzida por um misterioso poder, mais íntimo ainda, a que chamamos ânsias,
ou fomes, ou sonhos, ou desejos, ou sentimentos, enfim, impulsos ou explosões
instantâneas surgidas dentro de nós não sabemos como, nem onde, nem porquê?
Somos, enfim, comandados a partir de dentro – disso não duvidamos. Mas
também sabemos sem sombra de dúvida que passamos a vida a receber coisas de
fora. Sobretudo estamos sempre rodeados de pessoas que, de muitas maneiras,
tentam meter-nos coisas dentro: os nossos pais e familiares, desde que
nascemos, depois sempre os companheiros mas, mais imperativamente, os
educadores de infância, os professores, os patrões, os códigos de conduta, as
leis, mais recentemente, de forma avassaladora, os meios de comunicação social,
enfim, as doutrinas com os seus dogmas.
Perguntemo-nos agora: estas coisas que nos metem dentro, vindas de fora,
até que ponto avançaram em direcção a esse núcleo mais íntimo onde vive aquele
tal poder que nos comanda? Não terão avançado sobre ele, dominando-o e
substituindo-o? Não terei eu passado a ser dirigido por tudo isto que não sou
eu? É esta a minha luta, há dez anos: conquistar e restituir a esse meu Poder
Interior a sua límpida Voz de comando de todo o meu ser. (Dl 29, 5/10/04)
Veja mesmo, também, o texto 596 (Novembro
2011). É particularmente esclarecedor.
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