Uma das coisas que mais me surpreendeu neste meu processo de conversão
foi ter visto Jesus sempre vivendo a mesma situação que eu estava vivendo.
Depois Ele foi explicando: A Minha Incarnação não durou trinta e três anos; Eu
nunca mais desincarnei! Ao mesmo tempo, lentamente, fui entendendo aquilo que
Ele tantas vezes repetia: O Meu Sacrifício é perpétuo! A mensagem seguinte
levanta um pouco o véu do mais inconcebível, do mais louco dos Mistérios: o
Mistério da Incarnação de Deus.
É frequente agora aparecer-me o grupo numérico 52, o Sinal que na minha
interpretação exprime a mais terna e íntima afeição que me une ao meu Mestre.
Serve ele assim de amparo à minha Fé, que acredita no que sinto.
O problema são as intermitências no meu sentir e os longos períodos de
secura. Nunca pude gozar tranquilamente em permanência este Amor novo que se
foi sempre diversificando e crescendo dentro de mim. Não sei porque assim tem
que ser, mas julgo que se trata do Mistério da Incarnação permanente de Jesus:
em mim e em todos aqueles que O amam Ele deve continuar incarnado em todos os
tempos; eu, com todos os Seus amigos, somos a visualização permanente da Sua
Presença no mundo que edificámos, degradado e estéril. Actualizamos assim
continuamente a Redenção que O fez incarnar em toda a nossa vida.
Mas há um Mistério nesta missão dos Seus amigos que sempre me custou
muito exprimir: o facto de sermos nós os Seus amigos a visualizar em cada tempo
a Sua Presença em carne conforme ela se encontra não significa que Ele mesmo
não viva connosco, ao mesmo nível, a situação que estamos vivendo. Nunca nos vi
a nós sofrendo na terra e Ele no Céu gozando a Sua felicidade de ressuscitado:
embora Ele mantenha sempre o Seu Poder e Grandeza de Deus, sempre O vejo
caminhar par e passo connosco sofrendo as mesmas dores, gozando os mesmos
prazeres efémeros, dobrado pela mesma impotência que nos trespassa. É este o
Mistério da Unidade que a nossa inteligência não consegue explicar; só se sente
assim, imenso e sedutor. É por ele também que podemos já viver, a espaços e em
antegosto, a nossa grandeza e felicidade de Filhos de Deus.
É esta sensação que agora me percorre, em momentos fugidios: no abraço
que Jesus me dá agora tantas vezes, tão terno e apaixonado, eu sinto-me da
mesma raça., da mesma substância, enfim, da mesma natureza que Ele! Por isso o
único medo da minha vida é a possibilidade de O poder vir a perder. (Dl 29, 29/9/04)
São particularmente esclarecedores,
sobre este tema, os textos 53 (Abril 2010) e 661 (Janeiro 2012)
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