14/7/99 − 4:01
Novamente insiste o Mestre em me chamar Mensageiro da Luz. Ao mesmo tempo constantemente me confirma esta visão nova e radical que me deu da Sua Igreja e do caminho para lá chegar. A Luz que de mim se desprende é, pois, o Anúncio que nestas páginas vou gravando.
Mas eu anseio por aparecer em público, um dia destes, a dar um testemunho vivo de tudo quanto escrevo. E queria que Jesus me abençoasse esta ânsia, de modo que nela não caísse a mínima mancha de vaidade. Ir por todo o mundo anunciar esta Boa Nova! Creio que é, em si, uma ânsia pura.
− Não é, Mestre?
− Nunca te julgues santo, para poderes sê-lo.
− Esta minha ânsia não é ainda pura?
− Sentes que ela vem de Mim?
− Só pode vir, Mestre: eu quero tanto dar-Te a conhecer!…
− É então um Dom Meu?
− É.
− E pode vir de Mim algo de impuro?
− Pois não. Mas vê quantos Dons Teus não deixamos manchar! Eu não queria a mínima mancha neste meu tão abrangente desejo. Não deixes que isso aconteça.
− E como o poderias manchar?
− Tu já me ensinaste que toda a mancha nos vem de cairmos na tentação de sermos deuses e portanto de Te substituirmos como Fonte de todo o Bem.
− E tu o que queres ser, então?
− Uma tão perfeita reprodução Tua, que as pessoas, vendo-me, Te vejam a Ti.
− Sendo tu uma reprodução perfeita de Mim, as pessoas hão-de contentar-se em ver-te a ti, não? Para que precisam elas de Mim?
− Como, Mestre? Que me estás querendo dizer?
− Regista o que sentiste agora mesmo.
− Uma nítida interferência do Demónio.
− E como se manifestou ela?
− Numa espécie de irritação contra Ti. Como se estivesse aqui aninhado no seu esconderijo e Tu o tivesses posto à mostra.
− Tenta ver e mostrar onde estava ele aninhado.
− Deu-me a sensação de que era a sua última armadilha para me perder. Era, pelo menos, uma das que ele julgava decisivas.
− Em que consiste a armadilha?
− Em conduzir-me à convicção de que sou tão santo, tão igual a Ti, que acabasse por atribuir todo o êxito da minha pregação a mim próprio, esquecendo-me de Ti.
− Foi a primeira vez que advertiste nessa armadilha?
− Assim com esta clareza, foi. Eu venho-Te pedindo, de facto, que me configures Contigo até à mais leve expressão do rosto… Nunca me tinha ocorrido que pudesse estar aqui assolapada tamanha tentação.
− E como evitarás cair nela?
− Só Tu me impedirás de cair em todas as tentações, por mais subtis e camufladas que se aproximem. Exactamente como acabas de fazer. Assim farás sempre, se neste Teu Silêncio eu me mantiver Contigo.
− Diz-Me então agora: o pedido que Me fizeste, de te configurar inteiramente Comigo, é mau?
− Não: Tu próprio dizes muitas vezes que até os nossos desejos devem ser os Teus Desejos.
− Quer isso dizer que Eu pretendo eliminar os vossos desejos? E quando te levo a pedir-Me que te configure Comigo até à mais leve expressão do rosto não estou a querer eliminar até a tua própria identidade física?
− Não: o que Tu estás assim desejando ardentemente que eu Te peça é que me restituas a minha mais genuína identidade.
− Sois todos parecidos Comigo, uma cópia de Mim?
− Todos fomos criados à Tua Imagem.
− Todos, portanto, iguais a Mim? Ou, pelo menos, muito parecidos Comigo!?
− O Teu Nome divino, meu frágil Companheiro deste Desterro, é EU SOU! Só quando nos esquecemos deste Teu Nome é que Te reduzimos à visão dos nossos olhos carnais. Tu és todo o Ser. Tu és toda a Diversidade que existe! Em Ti está toda a Plenitude de Deus Trino Três-Vezes-Santo! É por Ti e em Ti que toda a Criação vive e subsiste. Assim como no Princípio o Sopro da Vida se uniu ao Pó da Terra para formar o Homem, assim também, na plenitude dos tempos, Tu Te uniste ao Universo ferido de corrupção por causa do Pecado, restituindo-o à sua marcha imparável para a Vida, em toda a sua Beleza e Diversidade. Configurar-se Contigo é, pois, restituir-se cada ser à sua própria identidade, ao seu irrepetível carisma.
− Se Eu te configurar inteiramente Comigo, as pessoas verão mais nitidamente a tua própria personalidade, diferente da Minha?
− Sim, Mestre. Mas por isso mesmo chegarão mais directamente a Ti como Plenitude e Distribuidor de todos os Dons de Deus.
− Se tu fores cada vez mais tu próprio diante do Meu Rebanho, melhor as pessoas Me verão a Mim como seu único Pastor?
− Sim. O pecado dos pastores do Teu Rebanho foi terem-se deixado desfigurar, adaptando-se à figura dos chefes deste mundo, eles sim, todos saídos do mesmo molde, todos mecanicamente iguais.
− Recebe então as pulsações do Meu Coração, Meu querido amigo, para que com ele bata em uníssono o teu coração!
São 6:30.
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