Sei, portanto, que a minha Alma possui um Princípio Vital que comanda todo o seu desenvolvimento, de sorte que vá revelando, progressivamente, a Árvore da Vida, donde veio. Ora o atributo distintivo da Árvore da Vida é justamente ser viva, isto é, não parar de crescer. Nem descansando pára, porque a característica fundamental da vida é o movimento constante. Por isso me disponho a escrever nas mais diversificadas situações, seguro de que a minha Alma não está parada e, se eu lhe abrir a porta, ela revelará sempre uma nova onda de Vida. Vida, naturalmente, imortal. À imagem de Deus.
Mas agora contemplo o próprio Princípio da Vida que misteriosamente lhe comanda o contínuo desabrochar. Que Energia é esta, tão lúcida, que ao actuar parece ter como Lei fundamental a Harmonia? Ela parece estar atenta a cada um dos órgãos de um ser, coordenando com espantosa precisão o seu desenvolvimento com as variadíssimas fases que todos os outros órgãos atravessam. Assim, cada movimento de cada órgão o vai inserindo na Unidade do corpo que por sua vez reconhecemos portador de uma identidade própria, irrepetível, de que faz parte um irresistível impulso harmonizador.
O Princípio da Vida é o grande construtor da Paz.
O nosso coração é o Princípio da vida em nós. E estou considerando agora a amplitude e a profundidade da nossa cegueira, ao pretendermos roubar ao coração o comando do nosso ser! Como não haveria a nossa vida de se tornar uma sucessão de dores, ao termo-la assim desapossado do chefe que com tanta sabedoria a comandava!
Mas compreende-se o que aconteceu: ao rebelar-se contra Deus, o homem renunciou naturalmente a ser comandado por este Princípio da Vida. Reduzido assim ao Barro, agarrou-se à central de comando das funções físicas do corpo, a que chamamos cabeça. Mas também a cabeça, com o seu cérebro, era só um órgão do corpo que o Princípio da Vida comandava com o seu olhar, a que podíamos chamar omnisciente, à imagem do Olhar de Deus. Faltando, por isso, à cabeça o coração, todo o corpo mergulhou na anarquia. Foi esta a grande estratégia de Lúcifer, desde o princípio. Por isso ele é, desde o princípio, o grande “Assassino”, conforme Jesus lhe chama.
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