5/7/99 − 4:05
Os Sinais pedem-me que proclame o Coração de Jesus. Mas eu não tenho neste momento nada em mim que possa proclamar. E sei que o Mestre nunca me permitiria proclamar palavras ocas: só aquilo que estiver acontecendo em mim o devo proclamar, mesmo que o acontecimento seja apenas a mágoa de não sentir o que estou a escrever. Esta própria mágoa será a vida do conteúdo que deixo gravado. O Mistério da Vida é assombroso: não há nela dois momentos iguais. Ora a Vida é Deus, que baixou até nós em Jesus. Por isso muito claramente o nosso Mestre pôde dizer: a Vida sou Eu! Quando, pois, eu deixo Jesus viver em mim, nada do que eu comunico é conteúdo acabado que se receba, se olhe e depois de visto e revisto se esgote na sua capacidade de seduzir e se ponha de lado. Tudo o que Jesus em mim revela é de tal maneira vivo, que pode a minha carne degradada nada mais comportar, no momento em que o recebo, do que a mágoa de o não sentir. Vou, no entanto, senti-lo, a partir daí, sempre na medida da minha capacidade em cada momento. O que recebemos de Deus, não desaparece, nem envelhece; antes em cada momento nos aparece renovado. É como se fosse uma semente o que d’Ele recebemos: inicialmente pode até apenas fazer-nos doer o corpo, como se nos rasgasse as entranhas para germinar; sabemos que está despertando a vida em nós, mas só a mágoa de a não saborearmos ainda, nos acompanha.
O Coração de Jesus é o propulsor eterno de toda a Vida em nós, no Universo inteiro. É Ele que torna em nós cada momento diferente do anterior, anunciando um momento seguinte também diferente. Inundados pelas palpitações deste Coração, não há aborrecimento nem tédio na nossa vida e se o houver, acabaremos por descobrir nesses momentos apenas uma viagem às entranhas da carne, para também aí, a essas regiões mortas, levarmos as pulsações da Vida.
Não é possível viver sem Jesus, como não é possível viver sem coração. É o Coração de Jesus que tudo rega e alimenta. Onde vai Ele buscar tanta Água, tanto Alimento, tanta Energia, é às Fontes eternas de Deus, onde se situa o Mistério dos Mistérios, que nunca abarcaremos, mas que com o nosso coração de filhos poderemos percorrer, eternamente deslumbrados.
Acabo de fazer uma afirmação relacionada como o futuro, um futuro muito longínquo. Mas ela é acontecimento em mim agora e aqui, mercê dos impulsos da Vida que estão brotando do Coração do meu Deus que fez da minha própria carne insensível corpo Seu inundado já da Sua Eternidade.
São 6:19!
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