– 9:10:59
– As duas.
– Mas eu tenho que acabar de manhã o trabalho que Tu sabes para a escola…
– Tem-te faltado tempo para alguma coisa?
– Vendo bem, não: tenho realizado agora mais coisas do que realizava antes de Te conhecer deste modo.
– De que modo estiveste Comigo na vigília?
– À maneira de prazer sensual.
– Que te trouxe de novo o prazer sensual de hoje?
– Foi uma loucura: pareciam ondas de luz saindo do “órgão do amor físico”! E no meio do prazer eu pedia-Te que me ressuscitasses as células todas, em especial as do cérebro.
– Porquê em especial as do cérebro?
– Não sei bem… É que me parece que, restauradas essas, todas as outras virarão luz.
– O prazer sensual é luz?
– Se vier de Ti, é.
– Luz criada?
– Não sei… Este prazer é físico…
– E sendo físico é criado?
– Acho que é.
– Eu não sou também físico?
– És. Tu és o Primogénito de toda a criatura.
– Que luz é a do prazer físico?
– O prazer físico és Tu: Tu és todo Luz.
– Temos, pois, registada a primeira coisa. A segunda qual é?
– Ainda estou agarrado à primeira, Mestre!… Ela está-me abrindo um Mistério tão grande…
– Diz resumidamente o que estás vendo agora.
– Que o cérebro, se estiver todo dependente do coração e o coração for puro, é uma espécie de exército de anjos às ordens do coração. O cérebro, comandado pelo coração, é de uma eficácia espectacular. O cérebro são, em nós, as Tuas Mãos omnipotentes!
– Não queres passar à segunda coisa?
– A outra coisa são duas citações que recebi ontem, na vigília, durante a escrita.
– Porque não as registaste?
– Porque me pareceu tê-las ouvido num clima leve, quase distraído, porque uma delas me pareceu repetida e a outra duvido muito que exista na Bíblia e porque entretanto Tu, para alívio meu, me desviaste para outro assunto, o que ficou registado.
– Para alívio teu? Explica.
– As citações eram incómodas, pelos motivos referidos. Julguei que Tu me tinhas livrado delas…
– E que aconteceu?
– Não consegui esquecê-las: comecei a achar que era um desprezo para Contigo fugir assim delas.
– Tudo o que te “cai” no espírito vem de Mim?
– Como Te hei-de responder, Mestre? Só sei que cada vez mais tudo o que me aparece no espírito vem de Ti. Ajuda-me. Isto não é uma subtil armadilha de Satanás?
– Desde o momento em que assim te interrogas, deixa de ser uma armadilha e passa a ser um clarão de luz.
– E pode isso ser – que tudo o que me ocorre ao espírito venha de Ti?
– Não me tens pedido que assuma todo o teu ser como ele está, com todas as suas deficiências?
– Tenho. Queria tanto que fosse assim…
– E não sabes que toda a minha felicidade é dar-vos o que Me pedis?
– Sei.
– E crês no que sabes?
– Creio quanto posso, com todas as minhas forças.
– E sabes o que te agarrou assim àquelas citações?
– A minha Fé?
– Que outra coisa poderia ter sido? Não foi por um amor muito sensível a Mim, teu Mestre, que as não abandonaste até agora?
– Ah! Acho que foi. Foi porque gosto muito de Ti.
– Regista então agora as citações.
– “Oseias quatro, nove”…
– Essa é repetida, sim. E…?
– E “Jeremias quarenta, vinte”.
– Tens curiosidade de ver esta, não tens?
– Tenho.
– Então vai ver e dedica-te ao teu trabalho na Paz!
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